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Trabalhadores imigrantes abandonam Portugal e número de saídas cresce 40%

Saída de trabalhadores imigrantes impacta a Segurança Social e pressiona setores dependentes dessa mão de obra.

António Leitão Amaro, ministro da Presidência | Foto: Paulo Spranger/DN
António Leitão Amaro, ministro da Presidência | Foto: Paulo Spranger/DN

O número de trabalhadores imigrantes que deixaram Portugal disparou nos últimos dois anos, com aumento mensal de 40% nas saídas em 2024. Segundo dados da Segurança Social tratados pelo Banco de Portugal, o país registrou o maior número de partidas de estrangeiros desde 2015, início da série histórica.

O saldo migratório de cidadãos estrangeiros, que havia alcançado um pico em maio de 2023, caiu ao menor patamar desde fevereiro de 2021. O estudo divulgado nesta sexta-feira, 12 de dezembro, revela uma mudança brusca na tendência migratória após medidas anunciadas pelo governo português em junho de 2024, segundo o jornal Expresso.

Saídas atingem maior nível em nove anos

Em 2022, a média mensal de saídas de trabalhadores estrangeiros era de 1,9 mil. No ano seguinte, esse número subiu para 3,8 mil. Em termos acumulados, o total de saídas chegou a 32,3 mil em 2023. Já em 2024, esse número saltou para 45 mil, um aumento de 40%.

Os dados mostram que o êxodo ganhou força a partir de junho de 2024. Naquele mês, o governo revogou, por decreto-lei, a norma que permitia a regularização de imigrantes com ao menos 12 meses de contribuição para a Segurança Social. A decisão foi anunciada pelo ministro da Presidência, António Leitão Amaro, que afirmou que era preciso “acabar com o regime de porta aberta”.

Com a mudança, o procedimento de “manifestação de interesse” deixou de ser aceito. O impacto foi imediato. Até maio, o número de saídas mensais rondava as três mil. No final de 2024, já passava das cinco mil.

Saldo migratório recua ao nível mais baixo desde a pandemia, segundo dados do Banco de Portugal. Foto: Tiago Miranda.

Entradas também caem fortemente

A tendência negativa não se limitou às saídas. O número de novas entradas de trabalhadores estrangeiros também sofreu uma queda acentuada. De acordo com o estudo do Banco de Portugal, entre junho e dezembro de 2023, a média mensal era de 20 mil entradas. No mesmo período de 2024, esse número caiu para 12 mil, uma redução de 40%.

O saldo migratório líquido — diferença entre entradas e saídas — despencou. Na segunda metade de 2024, a média mensal de entradas líquidas caiu para cerca de sete mil, ante 17 mil no mesmo período do ano anterior.

O levantamento destaca que “essa evolução do saldo é essencialmente determinada pela diminuição das entradas”. Entre janeiro e agosto de 2025, a média de entradas manteve-se em torno de 12 mil por mês.

Governo endurece discurso e economia sente os efeitos

O endurecimento das regras de imigração e o tom mais restritivo adotado pelo governo parecem ter contribuído para a queda no saldo migratório. O ministro da Presidência reconheceu que “a economia terá que se adaptar”, ao comentar o novo modelo mais fechado à entrada de estrangeiros.

A saída de trabalhadores imigrantes impacta diretamente as receitas da Segurança Social e pressiona setores que dependem da mão de obra estrangeira. A expectativa é de que os próximos boletins econômicos detalhem os reflexos dessa mudança no mercado de trabalho português.

1 Comentário

1 Comentário

  1. Rogerio

    14 de dezembro de 2025 at 12:18

    um país de velhos sem renovação populacional seja qual for te leva pra estagnação total….. os resultados estao ai

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