Em entrevista ao Fanpage.it, o deputado Erasmo Palazzotto (LeU) pede que o Parlamento inicie a discussão para uma reforma da lei de cidadania italiana, que acaba de completar 30 anos.
Há três projetos de Lei esperando para serem votados. Eles são de autoria de Laura Boldrini (PD), Matteo Orfini (PD) e Renata Polverini (FI), todos deputados da esquerda.
Agora, o deputado Palazzotto, do partido Liberi e Uguali (Leu), também de esquerda, relança a campanha ‘Do lado certo da história‘ (‘Dalla parte giusta della storia’), que pede que a cidadania – neste caso, ius soli – se torne um direito garantido e que os nascidos na Itália sejam assegurados, sem esperar os 18 anos.
Ele convida o Parlamento a encerrar esta legislatura com uma lei que possa finalmente proteger os cidadãos italianos em todos os aspectos.
“Sou a favor do reconhecimento de um ius soli pleno, como ocorre em outros países, como os Estados Unidos. A condição de nascimento em nosso país deve dar direito à cidadania plena. Os projetos de lei apresentados prevêem várias formas de acesso simplificado para quem nasceu neste país ou residiu por um determinado período. Espero que o direito de cidadania seja estendido ao máximo para todos aqueles que decidiram fazer da Itália o lugar para viver e criar seus filhos”, disse Palazzotto.
Segundo ele, o Parlamento e o sistema político italiano estão “do lado errado da história” por não conseguirem decidir, adiando a discussão sobre esta questão por não considerá-la urgente.
“Agora tem as contas caras, a pandemia, a crise econômica. Sempre tem algo mais importante para discutir. Devemos ter a coragem de discuti-la da mesma forma, sem qualquer hierarquia de prioridades”, reclama o deputado.
Para ele, o assunto é urgente e a Itália não pode mais adiá-lo. “Estamos falando de milhares de crianças italianas discriminadas apenas pelo país de origem de seus pais. Quase um milhão de crianças que frequentam a escola, brincam e saem com nossos filhos, estão noivas de nossos filhos, ficam sem passaporte porque não são consideradas italianas”, disse ao portal italiano, na sexta-feira (18).
Segundo Palazzotto, a Lei 91, de 1992, que regulamenta o tema da cidadania é anacrônica. “O mundo mudou, as leis eleitorais, as leis orçamentais, os tratados europeus foram adaptados. As únicas coisas que não se adaptaram são as regras que garantem direitos e no caso da cidadania servem para regular a composição demográfica de uma sociedade, que nos últimos anos também envelheceu”.