O centro-direita governará a Itália pelos próximos 10 anos, disse o vice-primeiro-ministro e líder da Liga, Matteo Salvini, durante a apresentação dos candidatos da Lega para as próximas eleições regionais na Lombardia, em Milão, no sábado (16).
“A esquerda deve desistir, vamos governar este país nos próximos dez anos”, disse Salvini, segundo a a TV TGCOM24.
“Temos uma bela equipe no Conselho de Ministros (…) amigos que por vezes partem de ideias diferentes, mas encontram sempre uma síntese comum”, acrescentou.
O governo administrou o caos dos preços dos combustíveis ao introduzir novas regras para conter a especulação que, segundo o executivo, provocou o aumento dos preços. No entanto, a polêmica não diminui, pois haverá um protesto contra o novo decreto na quinta-feira.
Primeiro a Forza Italia e depois a Lega deram sinais de incerteza, mostrando que não apoiaram totalmente as decisões tomadas pela primeira-ministra Giorgia Meloni, que interveio para colocar os aliados de volta na linha.
“Espero, e estou certo, que teremos cinco anos (de governo) apesar das tentativas de boa parte da oposição, e não só, de fazer qualquer coisa para colocar um freio nas rodas”, disse o primeiro-ministro durante a convenção.
“Enganam-se aqueles que pensam estar se colocando à frente do destino de todos. Queremos trazer os resultados para casa, o resto não nos interessa”, acrescentou Meloni.
Os próximos desafios do governo, previstos no programa eleitoral, são o federalismo e o presidencialismo. A primeira é uma reforma cara à Lega, a segunda aos Fratelli d’Italia.
O ministro dos Transportes e Infraestrutura, Salvini, garantiu aos eleitores de seu partido, vindos principalmente do norte da Itália, que a prometida autonomia regional será realizada até o final do ano.
“Cumprimos a nossa palavra”, sublinhou o dirigente da Lega.
Os cidadãos da Lombardia e Vêneto votaram pela autonomia regional no referendo de 2017, quando o voto do ‘Sim’ venceu de forma esmagadora. Ambas estão entre as regiões mais ricas do país.
“Tenho a certeza de que depois de 30 anos de lutas, graças a uma centro-direita séria e compacta no governo e à importante presença da Liga, a autonomia será uma realidade até 2023”, prometeu o ministro.
A reforma da autonomia regional daria maiores poderes às regiões em determinadas competências. Prometida durante anos e nunca conseguida, a autonomia regional sempre gerou debates e, desta vez, será novamente difícil de concretizar.
Cada partido tem uma sensibilidade diferente, tanto na maioria quanto na oposição, principalmente no que diz respeito à alocação de recursos econômicos.
O coordenador nacional da Forza Italia e ministro das Relações Exteriores, Antonio Tajani (Fi/EPP), declarou recentemente que “a Itália não deve ser dividida” e, acima de tudo, “a reforma não deve penalizar o sul” do país, ou seja, a parte mais pobre do país.