O ex-premiê da Itália Silvio Berlusconi afirmou que a deputada de extrema direita Giorgia Meloni, líder nas pesquisas para as eleições de 25 de setembro, tem “todas as condições” de governar o país.
A declaração foi dada em entrevista ao jornal QN, após a coalizão conservadora da qual Berlusconi e Meloni fazem parte ter chegado a um acordo para dar ao partido com mais votos o direito de indicar o próximo primeiro-ministro.
Atualmente, o primeiro colocado nas pesquisas é o Irmãos da Itália (FdI), sigla presidida por Meloni, com pouco mais de 20% dos votos.
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“Giorgia Meloni, assim como Matteo Salvini (da Liga), como tantos expoentes no Força Itália (partido de Berlusconi) e nos outros partidos da coalizão, tem todas as condições de guiar um governo de alto nível, confiável no mundo e firmemente ligado à Europa e ao Ocidente”, disse o ex-premiê.
As pesquisas apontam que a aliança conservadora encabeçada por Meloni, Salvini e Berlusconi pode até obter maioria absoluta no Parlamento, aproveitando-se de um sistema eleitoral que mistura voto proporcional com distrital.
Das 600 vagas na próxima legislatura, 366 (244 na Câmara e 122 no Senado) serão distribuídas por meio de um sistema de listas fechadas apresentadas pelos partidos, seguindo o percentual obtido por cada legenda na votação.
Outras 222 (148 na Câmara e 74 no Senado) serão definidas por meio do voto distrital: cada coalizão ou partido apresenta um candidato para determinado distrito, e apenas aquele que terminar em primeiro é eleito. As 12 cadeiras restantes (oito na Câmara e quatro no Senado) serão de parlamentares eleitos pelos italianos no exterior.
Salvini também foi questionado, pela Radio 24, se teria algum problema com Meloni como premiê. “E por que eu teria?”, respondeu. Se essa hipótese se confirmar, a deputada de 45 anos será a primeira mulher a governar a Itália.
O FdI é herdeiro político do extinto partido neofascista Movimento Social Italiano (MSI), adotando inclusive alguns de seus símbolos, como a chama tricolor, e Meloni prega ideias como o bloqueio naval contra migrantes no Mediterrâneo e a defesa da assim chamada “família tradicional”.
No entanto, a deputada disse recentemente que vai manter a política externa do governo de Mario Draghi, em um aceno para aqueles que temem uma deriva pró-Rússia no caso de uma vitória da extrema direita em setembro. (Ansa Brasil)