O ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi Di Maio, defendeu neste sábado (4) a necessidade de encerrar “a guerra mundial do pão“, fazendo referência aos grãos bloqueados pela Rússia nos portos ucranianos.
“A guerra mundial do pão já está em curso e devemos pará-la. Corremos o risco de instabilidade política na África, proliferação de organizações terroristas, golpes de estado: isso pode produzir a crise do grão que estamos vivendo”, disse o chanceler italiano.
De acordo com Di Maio, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, precisa negociar, “deve vir à mesa, chegar a um acordo de paz o mais rápido possível”, o que também inclui um tratado sobre o trigo, além de “um acordo de cessar-fogo para nos permitir evacuar mulheres, civis e crianças que já passaram 100 dias sob bombas russas no leste da Ucrânia”.
O ministro italiano explicou ainda que não se deve esquecer que “há 30 milhões de toneladas de trigo bloqueadas nos portos ucranianos por navios de guerra russos“.
“O que estamos fazendo é trabalhar para que a Rússia desbloqueie as exportações de trigo nos portos ucranianos, porque neste momento corremos o risco de que novas guerras eclodam na África”, acrescentou.
Di Maio lembrou que na próxima terça-feira será realizada a primeira sessão de diálogo sobre segurança alimentar, que deve contar com Alemanha, Turquia, França e outros parceiros para “atingir o objetivo de desbloquear as quantidades de trigo que devem deixar a Ucrânia em um momento histórico em que as famílias não podem sustentar aumentos no custo da energia, indústria, dos grão e, portanto, do pão, em todo o mundo”.
Por outro lado, Putin respondeu que haverá exportação de cereais se o Ocidente retirar as sanções que impôs à Rússia pelo ataque à Ucrânia.