A produção “Proibido a Cães e Italianos”, do diretor francês Alain Ughetto, sobre a história de uma família italiana que migrou pela Europa e América estreará no Brasil no próximo dia 12 de setembro.
A animação stop motion – um docudrama com bonecos e imagens de arquivo – poderá ser vista nos cinemas do país em versão legendada depois de passar por mais de 10 festivais internacionais, entre 2022 e 2023, e vencer prêmios, incluindo o de Melhor Longa-Metragem de Animação, no European Film Awards, o Oscar europeu.
A coprodução entre França, Itália, Bélgica, Suíça e Portugal de 2022, com duração de 70 minutos, leva os espectadores ao início do século 20, quando no norte da Itália, em Ughettera, no Piemonte, vive a família Ughetto.
Em meio às dificuldades crescentes da época, Luigi Ughetto e seus irmãos sonham em recomeçar no exterior, buscando “La Merica”, a fabulosa terra onde os dólares crescem nas árvores.
Porém, em vez de atravessar o Atlântico, Luigi acaba por fixar-se no sul da França, com mãos já desgastadas pelo trabalho.
Proibido a Cães e Italianos é construído a partir de um diálogo ficcional com Cesira, a falecida avó do diretor, a quem ele pergunta tudo o que gostaria de saber para contar esta história.
Ela, por sua vez, devolve ao neto um testemunho da experiência das gerações de imigrantes italianos.
Em tom de poesia, e com imagens documentais, o filme tem uma narrativa nutrida com memórias ancestrais e vestígios do passado, como fotografias e correspondências.
“O que me interessava era voltar no tempo para conectar memórias íntimas com um contexto histórico mais amplo”, conta Alain, acrescentando que se inspirou “na realidade”.
“Mergulhei na minha própria memória, depois na dos meus primos, irmãos e irmãs. Entre a guerra e a migração, entre o nascimento e a morte, surgiu uma história. Além da tristeza de uma história pessoal, descobri uma jornada surpreendente, contada no filme”, concluiu. (ANSA)