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Por que há tantos imóveis abandonados na Itália?

As raízes do abandono: desafios econômicos, demográficos e burocráticos que explicam o declínio dos imóveis na Itália

Casa abandonada em Catania, na região da Sicília: um símbolo da rica história que se perde com o tempo | Foto: Depositphotos
Casa abandonada em Catania, na região da Sicília: um símbolo da rica história que se perde com o tempo | Foto: Depositphotos

Se você já visitou a Itália, provavelmente se deparou com inúmeros imóveis abandonados, muitos em ruínas, mesmo em vilarejos encantadores. Mas por que há tantos imóveis nesse estado de abandono em um país conhecido por sua rica história e belezas arquitetônicas?

Para os turistas, a visão dessas construções decadentes levanta uma pergunta inevitável: por que os proprietários não reformam ou vendem essas casas? E por que as autoridades locais não as derrubam essas construções e vendem os terrenos?

Esses edifícios, além de abandonados, acabam prejudicando a paisagem, sendo verdadeiros ‘pugni nell’occhio’ (literalmente, ‘um soco no olho’), expressão usada na Itália para descrever algo que é uma afronta estética.

O êxodo dos proprietários originais

Uma das principais razões para o grande número de imóveis abandonados na Itália é o êxodo dos proprietários originais.


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Muitos italianos, em busca de melhores oportunidades, migraram para outros países, deixando suas propriedades para trás. Além disso, nas últimas décadas, a Itália enfrentou várias crises econômicas que afetaram drasticamente a capacidade das famílias de manter suas propriedades.

A perda de rendas, a dificuldade em obter crédito e a diminuição do poder aquisitivo tornaram inviável para muitos proprietários arcar com os custos de manutenção, levando ao abandono dessas casas.

Em outros casos, desastres naturais, como terremotos, erupções vulcânicas e deslizamentos de terra, forçaram os moradores a fugir, resultando em vilarejos fantasmas.

Sem manutenção, as casas abandonadas acabam sendo tomadas pela vegetação, com janelas quebradas e portas danificadas, criando uma imagem de total abandono.

Edifícios antigos ao longo do Naviglio Pavese, o histórico canal que conecta Milão a Pavia | Foto: Depositphotos
Edifícios antigos ao longo do Naviglio Pavese, o histórico canal que conecta Milão a Pavia | Foto: Depositphotos

Falta de infraestrutura

Em algumas regiões da Itália, a falta de infraestrutura básica, como estradas transitáveis, escolas e serviços de saúde, torna as áreas menos atrativas para novos moradores.

A ausência de serviços essenciais contribui para o isolamento dessas áreas, dificultando a revitalização das comunidades locais. Sem atrativos, essas regiões veem suas populações diminuírem, resultando em mais imóveis abandonados.

Herança e burocracia labiríntica

A venda de propriedades abandonadas também é complicada pela burocracia e pela questão das heranças.

Muitas vezes, é difícil localizar os herdeiros, que podem estar dispersos pelo mundo ou simplesmente não têm interesse em lidar com a burocracia complexa e os custos substanciais de reformas necessárias para restaurar essas construções.

Como resultado, essas edificações permanecem abandonadas, deteriorando-se ao longo de décadas ou até mesmo séculos.

Intervenção das autoridades locais

Em casos extremos, quando os imóveis estão em ruínas e representam perigo para a segurança pública, as autoridades locais podem intervir. No entanto, essa ação é rara e geralmente só ocorre em emergências. Em locais afetados por desastres naturais, leis específicas permitem que os governos locais tomem posse desses imóveis para garantir a segurança da população.

Por exemplo, na região da Campânia, devastada pelo terremoto de Irpinia em 1980, muitos vilarejos possuem hoje bairros fantasmas sob controle das autoridades municipais.

Em cidades como Zungoli e Bisaccia, dezenas de casas antigas foram vendidas por apenas um euro, facilitando o processo de transferência de propriedade pelas prefeituras.

Um caso semelhante ocorreu em Sambuca, na Sicília, onde, após o terremoto do Valle del Belìce em 1968, dezenas de prédios abandonados foram vendidos a preços simbólicos, atraindo grande interesse de compradores.

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