O governo da Itália abriu negociações exclusivas com um consórcio formado por Certares, Delta Air Lines e Air France-KLM para a venda da ITA Airways, companhia aérea estatal criada para substituir a Alitalia.
Por meio de um comunicado divulgado na quarta-feira (31), o Ministério do Tesouro diz que a oferta do trio “foi considerada mais alinhada com os objetivos fixados”, superando a proposta da empresa alemã Lufthansa e do grupo suíço de navegação MSC.
“Após a conclusão da negociação exclusiva, a assinatura dos acordos vinculantes será feita apenas na presença de conteúdos plenamente satisfatórios para o acionista público”, afirma a nota do governo, que detém 100% das ações da ITA e deseja manter uma fatia minoritária.
A Certares é uma empresa de private equity dos Estados Unidos com forte atuação no setor aéreo, incluindo uma participação na companhia brasileira Azul. Sua oferta prevê uma parceria comercial com a americana Delta e o grupo franco-holandês Air France-KLM, que já foi acionista da Alitalia.
Derrotada na disputa, a Lufthansa divulgou uma nota em que afirma que o governo italiano escolheu uma proposta que permitirá uma “maior influência do Estado” na gestão da ITA. “Do nosso ponto de vista, nossa oferta com a MSC era e continua sendo a melhor solução”, acrescenta o comunicado.
A Italia Trasporto Aereo (ITA) foi criada para superar de forma definitiva a crônica crise na agora extinta Alitalia, que deixou de operar em outubro de 2021. A nova empresa nasceu com cerca de 8 mil funcionários a menos e uma frota mais enxuta, além de não ter relação com os passivos deixados por sua antecessora.
O objetivo do gabinete do premiê Mario Draghi é concluir a transação rapidamente para evitar que a troca de governo após as eleições de 25 de setembro paralise o processo. A candidata líder nas pesquisas, Giorgia Meloni, de extrema direita, já indicou que poderia rever a venda da ITA e até mantê-la como empresa estatal. (Ansa)