Um dos maiores símbolos dos cristãos, a Páscoa terá um significado ainda mais forte na Itália, neste ano. Pela primeira vez na história, igrejas permanecerão com suas portas fechadas durante as celebrações da Semana Santa.
Para contornar as restrições impostas pelo governo italiano para evitar a propagação do coronavírus, os tradicionais eventos católicos precisaram ser substituídos por procissões virtuais, missas online e orações nas janelas e varandas, por exemplo. Até a missa do Domingo de Páscoa celebrada pelo papa Francisco precisará ser adaptada: será sem a presença dos fiéis.
As cerca de 15 mil paróquias de todo o país, receberam no dia 25 de março um guia prático para a realização de cerimônias católicas à distância.
“Desde o início da epidemia de coronavírus, o uso de internet entre os religiosos tem aumentado consideravelmente”, diz o jornalista Fabio Bolzetta, presidente da WebCattolici Italiani, uma associação que reúne jovens da área de TI (tecnologia da informação), criada para incentivar o uso das ferramentas digitais no meio católico.
É o caso de Pierina D’Andrea, genealogista brasileira que vive em Lentiscosa, na província de Salerno, no sul da Itália. “Em tempo de isolamento, a Igreja se adaptou e tem levado consolo aos fiéis”.
“Aqui é uma comuna bem pequena, mas bastante fervorosa. Quase todos são devotos de Santa Rosalia, que por volta do ano de 1600 salvou Palermo (Sicilia) da peste. Agora, mais que nunca, todos estão unidos pela fé na padroeira, tida como a protetora contra as doenças infecciosas”, explica.
Esta será uma Páscoa que nenhum italiano irá esquecer: suas casas se transformaram em igrejas.
