Senadora disse que projeto para implantar o ius culturae foi interrompido na véspera das eleições de 2018
Na esteira da mudança do Decreto-Lei sobre Segurança e Imigração prevista para outubro deste ano, a senadora Emma Bonino, do Partido +Europa, disse que a reforma da cidadania italiana “estava pronta e foi interrompida na véspera das eleições de 2018”.
A declaração foi feita nesta sexta-feira (11) à jornalista Annalisa Girardi, do portal fanpage.it.
“O partido disse que (defender) o ius culturae nos faria perder votos”, contou Emma.
Tornar o ius culturae – que permite ao estrangeiro se tornar cidadão demostrando ter conhecimento da cultura local – faz parte da agenda do partido, e segundo pesquisas, conta com apoio popular.
Segundo pesquisa da Ipsos, publicada pelo Corriere della Sera em novembro de 2019, o ius culturae convence mais: 53% concordam, enquanto 48% são a favor do ius soli, modalidade que não importa a nacionalidade dos pais. Neste caso a nacionalidade originária é obtida em virtude do território onde o indivíduo tenha nascido.
Segundo ela, uma provável mudança no modelo de cidadania não está em discussão neste momento. “Não vejo movimento nem no governo, nem no parlamento”. Mas ela disse que o partido “continua insistindo e lutando” para proteger os imigrantes.
Em outubro, o senado deve discutir a alteração do Decreto-Lei sobre Segurança e Imigração instituído em 2018 pelo então ministro do Interior Matteo Salvini, que modificou as regras para cidadania italiana nos casos de naturalização. Emma acredita que o tema não terá espaço nas discussões.
Emma Bonino foi candidata à presidente da Itália em 1999 e já ocupou as cadeiras de vice-presidente do senado italiano e dos ministérios de Comércio Exterior e para as Políticas Europeias.
Corrigimos: Emma Bonino é do partido +Europa e não do PD como havíamos informado.
LEIA TAMBÉM
Italianos sem cidadania ‘batem’ na porta do governo; eles querem mudança na lei
Pesquisa mostra que italianos preferem lei de cidadania como está