A Itália já começou a receber refugiados afegãos, diferentemente de outros países do continente.
A Europa se divide mais uma vez na ajuda a refugiados. Alguns países, como a Áustria, fecharam os olhos e as fronteiras ao sofrimento afegão. A Grécia completou muros, que já vinha construindo nos confins com a Turquia, para impedir a entrada dos que fogem dos conflitos não só no Afeganistão, mas também na Síria e no Iraque.
Mas há nações que recebem os afegãos de braços abertos. Como a Itália, que se prepara para abrigar 5 mil. Eles são submetidos a exame médico e entrarão na fila por um visto humanitário. O ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi Di Maio, defende uma resposta comum, urgente, da União Europeia.
Em Munique, uma associação de mulheres afegãs discute formas de ajudar aquelas que chegarem à Alemanha, e dizem: “Não quero mais ficar dentro de casa, lutei muito por isso. Prefiro morrer na rua do que em casa”.
A capitã do time paralímpico de basquete do Afeganistão, Nilofar Bayat, agora está em segurança na Espanha. Aos 2 anos de idade, um foguete do Talibã a deixou numa cadeira de rodas. Tudo que ela e o marido tinham ficou em Cabul. Bayat teme que todas as conquistas do país nos últimos 20 anos sejam perdidas.
O fotógrafo Massoud Hossaini foi acolhido na Holanda. Ele avisa que o Talibã cometerá atrocidades ao consolidar o poder.
O jornalista considera que a retirada abrupta dos Estados Unidos passou a ideia de que o Talibã tinha vencido, e que isso pode inspirar extremistas em outros países a financiar ações terroristas e levar de volta o medo a cidades europeias e americanas. (JN)