O Ministério Público de Milão denunciou nesta quarta-feira (29) a empresária Chiara Ferragni por fraude agravada em campanhas beneficentes entre 2021 e 2023, escândalo que abalou o império da influenciadora digital mais seguida da Itália.
A denúncia chega menos de um mês depois de Ferragni ter fechado um acordo com associações de direitos de defesa dos consumidores para ressarcir pessoas afetadas pelo caso, o que poderia abrir caminho para um eventual arquivamento.
O MP, no entanto, decidiu prosseguir com a denúncia, e agora caberá a um juiz de audiência preliminar avaliar se torna a influenciadora ré ou não.
Ferragni é acusada de fraude em campanhas beneficentes envolvendo um pandoro (doce natalino típico da Itália) e um ovo de Páscoa entre 2021 e 2023. Produzidos pelas marcas Balocco e Dolci Preziosi, respectivamente, os doces carregavam a imagem da influenciadora e prometiam o repasse do faturamento para um hospital infantil em Turim e uma ONG voltada a menores com deficiência.
No entanto descobriu-se que as doações foram feitas antes mesmo de as campanhas começarem e com valores muito menores do que os arrecadados posteriormente. Segundo o MP, Ferragni lucrou “injustamente” 2,2 milhões de euros (R$ 13,5 milhões), além de um benefício “em retorno de imagem”.
Em meio à repercussão negativa do caso, que levou à perda de diversos contratos de publicidade, a italiana fechou acordos para doar 1 milhão de euros (R$ 6,1 milhões) ao hospital e 1,2 milhão (R$ 7,4 milhões) à ONG.
“Eu acreditava sinceramente que não seria necessário realizar um processo para demonstrar que nunca fraudei ninguém”, disse Ferragni em um comunicado divulgado nesta quarta-feira.
“Infelizmente, precisarei conviver mais tempo com essa acusação, que reputo profundamente injusta, mas estou pronta para lutar com ainda mais determinação para provar minha absoluta inocência”, acrescentou.
A audiência preliminar está prevista para 23 de setembro, em Milão. (ANSA)