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Avaliação dos 6 meses de governo de Meloni na Itália 

Meloni mantém sua alta popularidade e, segundo a última pesquisa do instituto YouTrend, seu partido tem 28,6% das intenções de voto.

Meloni mantém sua alta popularidade
Georgia Meloni mantém sua alta popularidade no governo da Itália | Foto: AFP

Giorgia Meloni ocupa o cargo de primeira-ministra no governo italiano há meio ano. Ela chegou ao poder com um partido político conservador — o Irmãos de Itália — e com a promessa de abalar a União Europeia, enquanto apregoava o lema “Deus, pátria e família”.

Agora, ela se mostra como uma líder firme, mas moderada com seus vizinhos europeus.  

Em poucas semanas de governo, Meloni introduziu leis para reduzir a chegada de imigrantes e decretou recentemente estado de emergência imigratória.

Ela tem buscado defender a todo custo os valores da família tradicional e proibiu os municípios de registrar os filhos de casais do mesmo sexo.  

No contexto internacional, Meloni apoia sem hesitar a Ucrânia contra a invasão russa, assim como seus aliados.

“Ela se mudou para o centro do espectro político muito rapidamente (…) para ampliar seu público e ir além do eleitorado de direita mais radical”, diz Daniele Albertazzi, professor de Ciência Política na Universidade de Surrey (Reino Unido).  

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Já não há nem vestígios das posições soberanistas que Meloni pregava antes de se tornar a primeira mulher a liderar o governo na Itália. Além disso, a relação com a União Europeia mantém-se, senão o país deixaria de receber subsídios.

Cecilia Sottilotta, professora de Ciência Política na Universidade para Estrangeiros de Perúgia, na Itália, também faz um balanço destes primeiros seis meses. 

A professora conta que “Meloni começou imediatamente um trabalho de comunicação muito atento e manteve um perfil muito discreto e muito tranquilizador no âmbito internacional”.

“Logo, tratou de tranquilizar os aliados, em primeiro lugar, os Estados Unidos e a OTAN. Reafirmou o compromisso italiano com a União Europeia imediatamente. Dessa forma, em termos de política internacional, manteve-se bem alinhada com Draghi (o anterior primeiro-ministro)”, explica Sottilotta. 

Não podendo cumprir plenamente as promessas eleitorais, o governo está mudando um pouco para as batalhas culturais, que, de certo modo, são gratuitas. E agradam ao seu eleitorado.

Cecilia Sottilotta 

Nestes seis meses, Meloni percebeu que os seus principais adversários não são da oposição. São antes os seus próprios aliados no governo de coligação: o partido Liga, de Matteo Salvini, e o Força Itália, de Berlusconi.

“Claramente, tanto Berlusconi como Salvini não são aliados fáceis de lidar. A questão do gênero também é muito importante, ou seja, o fato de ela ser mulher importa muito”, acredita a professora universitária. 

“Berlusconi, por uma série de razões, em particular de saúde, está certamente num momento de fraqueza. Salvini mantém-se no seu lugar, por assim dizer. Ou seja, em ambos os casos, se olharmos também para as pesquisas e para a tendência de consenso, não há nenhum incentivo francamente, para que a Força Itália ou a Liga ponham em risco a solidez da coligação”, esclarece Sottilotta.

economia italiana cresceu 3,7% em 2022. Os ventos econômicos sopram então a favor de Meloni, embora enfrente o desafio da dívida: a segunda maior da Europa, apenas atrás da Grécia.

Outro grande desafio é a baixa natalidade. Na Itália nascem menos de sete bebês por cada mil habitantes. O governo acaba de prometer zero impostos para quem tenha filhos, promessa esta que será revista daqui a pelo menos outros seis meses.

Meloni mantém sua alta popularidade e, segundo a última pesquisa do instituto YouTrend, seu partido é creditado com 28,6% das intenções de voto — 2,6% a mais ante os 26% obtidos nas eleições de setembro.

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