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Vistos, saúde, moradia: tudo o que brasileiros precisam saber para viver na Itália

Como brasileiros podem se mudar para a Itália: passo a passo com vistos, saúde e residência.

Vai morar na Itália? Veja o que brasileiros precisam saber antes da mudança; na foto, Verona | Foto: Depositphotos
Vai morar na Itália? Veja o que brasileiros precisam saber antes da mudança; na foto, Verona | Foto: Depositphotos

O número de brasileiros residentes na Itália vem crescendo. Em 2024, eram 159.000 pessoas, segundo o Ministério das Relações Exteriores do Brasil. Já o Istat, órgão de estatísticas da Itália, registrava 51.918 brasileiros legalmente residentes no país em 1º de janeiro do mesmo ano.

A diferença se explica pelo critério adotado: o Brasil considera também os ítalo-brasileiros, mesmo os que adquiriram cidadania italiana. Já o Istat contabiliza apenas estrangeiros sem cidadania italiana.

Em 2023, o total estimado era de cerca de 150.000 brasileiros. A maioria busca reconexão com suas origens, melhor qualidade de vida e custos mais acessíveis.

Confira abaixo os principais passos para quem deseja se mudar do Brasil para a Itália em 2025.

Visto

Quem não tem cidadania europeia precisa solicitar um visto para viver na Itália. A escolha depende do perfil: aposentado, trabalhador, estudante ou familiar. A solicitação deve ser feita no consulado italiano mais próximo da residência ainda no Brasil.

É possível visitar o país como turista para procurar imóvel, mas compromissos financeiros devem ser evitados antes da aprovação do visto. O visto de turista tem o prazo de 90 dias.

Permesso di soggiorno

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Após o visto aprovado, é necessário solicitar o permesso di soggiorno (permissão de residência) em até oito dias úteis após a chegada. O processo começa no correio e exige ao menos duas idas à Questura, a sede da polícia local.

A lei italiana prevê até 60 dias para análise. Na prática, o tempo de espera pode ultrapassar um ano em algumas regiões.

Moradia

Para comprar um imóvel, o estrangeiro enfrenta burocracia e exigências bancárias. Já para alugar, há escassez em cidades como Roma, Milão, Florença e Veneza. Recomenda-se conhecer os contratos de aluguel antes de assinar.

Vista de Bellagio, às margens do Lago de Como, um dos destinos mais procurados por brasileiros que buscam tranquilidade e beleza natural no norte da Itália
Vista de Bellagio, às margens do Lago de Como, um dos destinos procurados por brasileiros ricos que buscam tranquilidade e beleza natural no norte da Itália | Foto: Depositphotos

Conta bancária

Abrir uma conta em banco italiano é recomendável para receber salários, pagar aluguel e utilizar serviços públicos. Brasileiros podem optar por bancos tradicionais ou digitais.

Algumas instituições podem solicitar visto de residência e comprovante de endereço fixo. Ter um codice fiscale (CPF italiano) é essencial para essa e outras operações.

Sistema de saúde

Ao se estabelecer, o estrangeiro pode se registrar no Servizio Sanitario Nazionale (SSN), o sistema público de saúde. Há dois tipos de inscrição:

  • Obrigatória (gratuita): para empregados, autônomos e familiares de residentes.
  • Voluntária (paga): para pensionistas, voluntários e outros casos. O valor varia de € 2.000 a € 2.788,87 por ano.

Habilitação

O Brasil tem acordo com a Itália que permite a conversão da carteira de habilitação brasileira sem necessidade de refazer exames, desde que o motorista esteja dentro do prazo e a CNH esteja válida.

A troca pode ser feita até um ano após o registro de residência. Após esse prazo, será necessário passar pelo exame teórico e prático italiano.

Impostos

A Itália tributa com base na residência. Quem vive mais de 183 dias no país por ano é considerado residente fiscal.

Brasileiros devem declarar renda na Itália e, se continuarem com obrigações no Brasil, também precisarão prestar contas à Receita Federal. Há acordo entre os dois países para evitar a dupla tributação.

Integração

A adaptação também passa pela vida social. Aprender italiano e participar da comunidade local facilita amizades e integração cultural.

Filhos menores e escola na Itália

Brasileiros que se mudam para a Itália com filhos precisam matriculá-los na escola local. A educação é obrigatória dos 6 aos 16 anos, conforme a legislação italiana.

O sistema público é gratuito e dividido em três etapas:

  • Scuola primaria (elementar): dos 6 aos 11 anos
  • Scuola secondaria di primo grado (médio I): dos 11 aos 14
  • Scuola secondaria di secondo grado (médio II): dos 14 aos 19

Antes dos 6 anos, é comum matricular crianças na scuola dell’infanzia (jardim de infância), que não é obrigatória, mas é gratuita nas escolas públicas.

Para a matrícula, é necessário apresentar:

  • Documento de identidade, ou passaporte, do responsável
  • Permesso di soggiorno (se já disponível)
  • Codice fiscale da criança
  • Comprovante de residência
  • Histórico escolar traduzido, quando houver

Em algumas cidades, há escolas com apoio para estrangeiros, inclusive com cursos de italiano como segunda língua. Famílias com renda baixa podem solicitar auxílio para merenda, transporte e material escolar.

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