Pelo menos 700 italianos sofreram um golpe depois de comprar a nacionalidade de um país que não existe, o “Estado Teocrático Antártico de San Giorgio”. A quadrilha obteve cerca de 400 mil euros (aproximadamente R$ 2 milhões) com o esquema e está sendo investigada desde 2021.
A polícia italiana prendeu 12 pessoas na sexta-feira (19), segundo a imprensa local. Entre detidos está o ex-diretor policial da Guarda Financeira, Mario Farnesi, de 72 anos, que se declarava príncipe de San Giorgio. Outras 30 pessoas estão sendo investigadas.
Os golpistas inventaram uma nação que eles alegavam ter sido criada no “Tratado Antártico de 1959”. Esse tratado existe e divide o território da Antártida para fins de pesquisa científica, mas deixa claro que a região não pertence a nenhum país específico. O Brasil faz parte desse acordo e tem uma base para estudos científicos na região.
No entanto, esse golpe declarava que parte da Antártida era um estado soberano e seu passaporte era prestigiado internacionalmente. A quadrilha dizia facilitar a obtenção de documentos para obter a nacionalidade desse suposto país. Para isso, havia uma taxa que chegava a 1.000 euros (aproximadamente R$ 5 mil).
Entre as vantagens oferecidas pelos golpistas para os italianos, estava a possibilidade de abrir empresas fora da Itália (off-shore) de forma facilitada, o que pode ter motivado a obtenção da nacionalidade e compra de terras de um país que talvez os compradores não pretendiam visitar.
O “Estado Teocrático Antártico de San Giorgio” tinha página no Facebook, onde publicava documentos “oficiais” e um jornal com notícias inventadas do país falso. (G1)