A Itália foi o país da União Europeia que teve a maior queda no número total de habitantes entre 1º de janeiro de 2021 e 1º de janeiro de 2022, com 253,1 mil moradores a menos, informou um novo relatório divulgado nesta segunda-feira (11) pelo Eurostat, o escritório europeu de estatísticas.
Mas, se o território italiano foi o que mais registrou perdas, a retração pelo segundo ano consecutivo foi sentida de forma geral no bloco, passando de 447 milhões de pessoas em janeiro de 2021 para 446,8 milhões um ano depois.
Um das principais causas das mortes terem sido mais numerosas que os nascimentos, novamente, é a pandemia de Covid-19 e nem a migração, que cresce desde 2020, conseguiu conter a desaceleração. “Na UE, foram 531 mil mortes a mais em 2020 do que em 2019 e houve 113 mil mortes a mais em 2021 do que em 2020”, diz o relatório.
Na comparação da série histórica, iniciada em 1960, a União Europeia passou de 354,4 milhões para 446,8 milhões (considerando também a situação de países que não estavam no bloco na época, mas que estão agora).
“A taxa de crescimento foi diminuindo gradualmente nas últimas décadas. Por exemplo, a população aumentou, na média, cerca de 0,7 milhão de pessoas por ano entre 2005-2022 comparada com a média de 3 milhões de pessoas por ano na década de 1960”, informa ainda, ressaltando que a queda atual nos números começou em 2011.
O documento mostrou que Alemanha, França e Itália juntas têm 47% de toda a população do bloco europeu e que, ao todo, 17 países tiveram alta nos números e 10 contabilizaram queda.
“Entre os 17 Estados-membros da UE onde a população aumentou, nove registraram tanto alta no incremento natural e também um resultado positivo da migração que contribuiu com o crescimento da população (Bélgica, Dinamarca, Irlanda, França, Chipre, Luxemburgo, Malta, Países Baixos e Suécia). Em outros oito membros (República Tcheca, Alemanha, Estônia, Espanha, Lituânia, Áustria, Portugal e Finlândia), a taxa positiva da migração liderou o crescimento enquanto a população natural foi negativa”, aponta ainda o relatório.
Já nos casos da Bulgária, Itália, Hungria, Polônia e Eslovênia, o registro de queda populacional veio por “mudança negativa natural”, mas houve aumento na população estrangeira. Já Croácia, Grécia, Letônia, Romênia e Eslováquia registraram queda nos dois índices. (Ansa Brasil)