A comunidade italiana no exterior é um recurso valioso que a Itália não pode ignorar. No entanto, parece que o país frequentemente se esquece de seus filhos espalhados pelo mundo, deixando de reconhecer o potencial econômico e cultural que eles representam, e muitas vezes propondo leis que os distanciam ainda mais.
Essa comunidade italiana no exterior é composta por milhões de indivíduos que mantêm vínculos profundos com suas raízes, mesmo que distantes nas gerações.
Eles representam um ativo valioso para a Itália, pois são consumidores entusiasmados do “Made in Italy”, promovem a cultura italiana e mantêm vivas as tradições e os valores transmitidos por suas famílias.
Oficialmente, a população italiana é contabilizada em cerca de 60 milhões de cidadãos, a maioria residindo dentro do território nacional. No entanto, quando olhamos além das fronteiras, nos deparamos com uma vasta comunidade italiana espalhada por diferentes países.
Esses italianos no exterior são uma ponte que conecta a Itália ao resto do mundo, trazendo consigo uma identidade rica e diversa que contribui para a projeção internacional do país.
A Itália precisa refletir sobre a identidade que deseja ter. Será um país centrado em seu território, ou uma comunidade diaspórica espalhada por vários países, que soma pelo menos mais 60 milhões de indivíduos? Negligenciar essa comunidade, formada por ítalo-brasileiros, ítalo-argentinos ou ítalo-americanos, seria ignorar o potencial econômico, cultural e político que ela representa para o país.
Muitos países possuem diásporas significativas, como Israel, por exemplo, e valorizam a contribuição econômica e cultural dessas comunidades espalhadas pelo mundo.
É essencial que a Itália repense sua abordagem em relação à sua diáspora e a valorize como um importante ativo.
Enquanto outros países veem seus oriundos como uma vantagem estratégica, a Itália muitas vezes parece negligenciar seus filhos no exterior. Isso é evidenciado pela falta de apoio adequado, burocracia complexa e serviços consulares ineficientes que esses italianos enfrentam ao tentar manter seus laços com o país de origem. Esses obstáculos desnecessários acabam afastando-os cada vez mais.
É lamentável que a Itália não reconheça plenamente o potencial econômico e cultural de sua diáspora. Esses italianos no exterior são embaixadores da cultura italiana, disseminando sua riqueza e diversidade ao redor do mundo.
Preservar e nutrir esse vínculo não é apenas uma responsabilidade do governo italiano, mas também uma oportunidade para a própria Itália.
A diáspora italiana é um ativo valioso, capaz de impulsionar o crescimento econômico, promover a cultura e fortalecer a influência global da Itália. Ignorar ou subestimar essa comunidade seria um desperdício de oportunidades.
É hora de a Itália adotar uma abordagem mais proativa em relação à sua diáspora. Simplificar os processos de cidadania, aprimorar os serviços consulares, promover intercâmbios culturais, como o turismo de retorno, e criar programas que incentivem o investimento e o comércio bilateral são medidas essenciais para fortalecer os laços entre a Itália e sua comunidade global.
Além disso, é necessário estabelecer um diálogo constante com a diáspora italiana, ouvindo suas necessidades, valorizando suas contribuições e reconhecendo seu papel fundamental na promoção da cultura e no fortalecimento das relações bilaterais.
O investimento na diáspora italiana é um investimento no futuro do país, na preservação de sua identidade cultural e na expansão do renomado “Made in Italy” para os quatro cantos do mundo.
A Itália não pode se dar ao luxo de esquecer de seus filhos no exterior. Seria uma estupidez.