Se depender da Microsoft e dos italianos, os supermercados feios que conhecemos estão com os dias contados.
O futuro é brilhante, exatamente como na série mais terrível dos últimos tempos. A maior rede de supermercados da Itália, a Coop Italia, acaba de abrir uma filial com realidade aumentada – a primeira desse tipo no mundo. Lá, quando você olha para uma pilha de maçãs, por exemplo, uma tela mostra automaticamente todas as informações que você precisa saber: desde preço e data de validade até informações nutricionais e dicas de como guardar o produto.
Ao contrário dos episódios mais medonhos de Black Mirror, você não vai precisar colocar implantes dentro dos olhos (como quer o Google) ou no cérebro para fazer compras no supermercado do futuro: a filial da Coop funciona apenas com sensores de movimento, que acendem painéis com as informações quando você passa em frente a eles. Ou seja: também não precisa de nenhum óculos especial, só do seu corpo.
O supermercado em realidade aumentada fica em Milão, na Itália, e foi criado por Carlo Ratti, professor do MIT. No ano passado, Ratti expôs um protótipo do estabelecimento futurista na Milan World Expo, uma feira de tecnologia e inovações relacionadas à alimentação. De longe, o mercado high tech foi um dos estandes mais populares do evento. Agora, em parceria com a Coop Italia, ele e seus colegas do MIT conseguiram abrir o primeiro supermercado em realidade virtual do mundo.
Ao todo, são 6 mil produtos diferentes, organizados em um espaço de 10 mil m². Pendurado sobre cada prateleira, há um painel que, ao ser ativado por um dos sensores, dá informações sobre os produtos: os possíveis alergênicos, informações nutricionais, dicas para a conservação, preço e por aí vai. Ah, e os painéis funcionam com energia solar, então, ponto para o planeta também.
Por enquanto, o supermercado em realidade virtual é apenas um teste, para ver como os consumidores vão reagir à tecnologia. Se tudo der certo, a ideia é que todas as filiais da Coop adotem os paineis – o que significa que a Itália inteira pode estar equipada com mercados inteligentes em breve. Claro que até a coisa chegar aqui no Brasil, 2016 já vai ter acabado (e a gente provavelmente vai estar reclamando de outro ano).
Por Helô D’Angelo, Super Interessante