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Itália tem maior abstenção da história em eleições europeias

Partido de Meloni saiu vitorioso no pleito para renovar Parlamento Europeu.

Partido de Meloni saiu vitorioso no pleito para renovar Parlamento Europeu.
Premiê da Itália saiu vitoriosa em eleições europeias | Foto: Filippo Monteforte/AFP

A Itália registrou uma abstenção recorde nas eleições europeias no país, a primeira na história da República em que menos de 50% dos eleitores com direito a voto foram às urnas, apesar da disputa ter reunido muitos líderes partidários.

Segundo dados definitivos divulgados nesta segunda-feira (10) pelo Ministério do Interior da Itália, a participação no pleito realizado nos dois dias do último fim de semana foi de 49,69%.

O número significa que, pela primeira vez em uma eleição na União Europeia (UE), menos de metade do eleitorado italiano exerceu o seu direito de voto.

A participação da Itália nas eleições europeias de 2019 foi de 54,5%.
Considerando apenas os eleitores e olhando não para os votos absolutos, mas sim para as porcentagens, os três partidos do governo veem os seus números reforçados, que totalizam juntos cerca de 48%, com uma liderança clara do partido de extrema direita da premiê Giorgia Meloni, Irmãos da Itália (FdI), que recebeu 28% dos votos.

 A legenda de centro-esquerda Partido Democrático (PD), liderado por Elly Schlein, também foi recompensado, crescendo em relação às políticas tanto em termos de votos absolutos como percentuais (24%), assim como a Aliança Verde de Esquerda (AVS) que subiu para 6,6%.

Por outro lado, o resultado do Movimento 5 Estrelas (M5S) é “decepcionante”, como admitiu o ex-premiê italiano e líder da legenda Giuseppe Conte, ficando abaixo do limite de 10%.

A entrada em campo de muitos líderes, como Meloni, Schlein e o vice-premiê da Itália, Antonio Tajani, e o tom radical da campanha de alguns partidos não convenceram os eleitores a irem às urnas.

A participação de 49,69% é inferior aos 63,9% das eleições de setembro de 2022 e aos 56,09% de 2019. E, isto, apesar da votação em 3,7 mil municípios e na região do Piemonte, que aumentou a participação, ocorrida em paralelo.

De fato, a maior participação registra-se no círculo eleitoral do Noroeste, com 55,09%, enquanto a mais baixa é no Sul (48,32%) e nas Ilhas (37,20%), ou seja, a “área” do M5S, que cai para 9,95%, quando os assentos contados são 59.993 de 61.650.

Já Meloni sorri: o FdI, apesar de perder 800 mil votos em relação às políticas, situa-se nos 28,8%, com uma delegação de mais de 20 eurodeputados, uma das mais fortes em Estrasburgo. 

Em termos percentuais, os parceiros de coalizão, o conservador Força Itália (FI), de Tajani, e o ultranacionalista Liga, de Matteo Salvini, registraram 9,72% e 9,12%, respectivamente.

Os três partidos juntos estão próximos dos 48%, o que permite a Meloni destacar que no próximo G7 o governo italiano é o mais forte, em comparação com “os maltratados” executivos da Alemanha, França e Reino Unido.

A votação na Itália polarizou os dois lados, visto que mesmo entre a oposição o PD é em grande parte o primeiro partido com mais de 24% e mais de 100 mil votos a mais do que nas eleições políticas.

Isso representa um sucesso para Schlein, que reiterou o seu “espírito de unidade” para guiar o nascimento de uma coligação competitiva com o centro-direita.

Além disso, o pleito também mostrou que houve um aceno maior para a esquerda graças ao avanço da AVS, que passou de um milhão de votos em 2022 para um 1,5 milhão ontem, com um percentual de 6,6%.

No entanto, nem os Stati Uniti d’Europa (3,75%) nem o Ação, de Carlo Calenda (3,31%), excederam o limite de 4% necessário para enviar representantes eleitos para Estrasburgo. (ANSA)

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