O recém-divulgado programa de governo da coalizão liderada pela deputada de extrema direita Giorgia Meloni se tornou alvo de críticas na Itália por propor uma mudança na forma de eleição para presidente da República.
Atualmente, o chefe de Estado é escolhido pelo Parlamento e tem mandato de sete anos, mas a aliança formada pelos partidos ultranacionalistas Irmãos da Itália (FdI), de Meloni, e Liga, de Matteo Salvini, e pelo conservador Força Itália (FI), de Silvio Berlusconi, propõe eleição direta para presidente.
Além disso, os líderes da coalizão falam abertamente em substituir o parlamentarismo pelo presidencialismo, o que daria amplos poderes ao candidato mais votado, independentemente de seu apoio no Legislativo, assim como acontece no Brasil e nos EUA.
“Espero que a reforma constitucional do presidencialismo seja aprovada. Eu proponho um sistema presidencialista desde 1995”, afirmou Berlusconi, que sempre reclamou por ter governado com chefes de Estado “de esquerda”.
O ex-premiê ainda voltou suas armas contra o atual inquilino do Palácio do Quirinale, Sergio Mattarella, reeleito no início de 2022 para mais sete anos de mandato. “Se a reforma entrar em vigor, a renúncia [de Mattarella] seria necessária para a eleição direta de um chefe de Estado”, disse Berlusconi. (Ansa)