O empresário Ângelo Andrea Matarazzo, 66 anos, que tem atuação política de destaque no Brasil há muitos anos, é o exemplo de ítalo-brasileiro bem sucedido e envolvido com as demandas do país.
Professor, diplomata, administrador e radialista, Andrea é filiado ao Partido Social Democrático (PSD) e ao Partido Socialista Italiano (PSI), sendo esta última a legenda pela qual se candidatou a senador italiano em 2022.
Com cidadania italiana, ele disputou o único assento do distrito eleitoral que representa a América do Sul, mas quem acabou se elegendo foi o ítalo-argentino Mario Borghese.
Trajetória de Andrea Matarazzo
Andrea Matarazzo nasceu em 26 de novembro de 1956 em São Paulo e se formou em Administração de Empresas. Em 1991, aos 35 anos, foi nomeado assessor especial do Ministério da Educação e Cultura, cargo que ocupou até 1992.
Entre 1992 e 1993 ele foi secretário de Política Industrial do Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo e, durante o mandato do governador Mário Covas em São Paulo, foi secretário estadual de Energia e presidente da Companhia Energética de São Paulo (Cesp).
No governo Covas, Andrea Matarazzo ocupou outros cargos importantes, como membro dos conselhos de Desestatização, de Administração da Companhia Paulista de Ativos e de Ciências e Tecnologia do Estado de São Paulo.
Integrou também o Comitê de Relações Empresariais do Governo do Estado de São Paulo e o Instituto Teotônio Vilela, além de coordenar o Núcleo de Gestão Estratégica da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo.
Ministro e embaixador
Durante o governo do presidente Itamar Franco, foi secretário de Política Industrial. Na gestão Fernando Henrique Cardoso, foi ministro-chefe da Secretaria de Comunicação de Governo da Presidência da República, cargo que exerceu entre 1999 e 2001.
No mesmo período, foi embaixador do Brasil em Roma e em 14 de março de 2000 recebeu o grau de Grã-Cruz da Ordem do Infante Dom Henrique de Portugal. Em abril de 2001 foi admitido na Ordem do Mérito Militar, no grau de Comendador Especial.
Em 2005, Andrea Matarazzo entrou na administração municipal de São Paulo como subprefeito da Sé na gestão de José Serra.
Assumiu também, em 2006, a Secretaria Municipal de Serviços, e atuou como subprefeito da Sé e secretário de Coordenação das Subprefeituras na gestão de Gilberto Kassab.
A atuação de Andrea Matarazzo
Em 2010, foi secretário de Estado da Cultura, cargo que exerceu até abril de 2012.
Na Secretaria de Serviços, seu trabalho se destacou nas áreas de limpeza urbana, pavimentação, reforma e padronização de calçadas e acessibilidade e mobilidade urbana.
Andrea Matarazzo realizou projetos importantes, como a revitalização do Centro e da Nova Luz e a criação de novas áreas verdes, como Parque do Povo, Parque do Trote e parques na região da represa de Guarapiranga.
Ele também trabalhou firmemente contra o comércio ilegal e pelo fechamento dos bingos. Foi o responsável pela operacionalização do programa Cidade Limpa e pela reforma da Avenida Paulista.
Na iniciativa privada, atuou como membro do Conselho Consultivo da Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio e Indústria e foi presidente do Comitê de Investimento.
Embates políticos
Em outubro de 2012, foi eleito em São Paulo como o segundo vereador mais votado do Brasil, com 117.617 votos.
Ele é presidente licenciado da Matarazzo SA Holding e da Metalma AS e também atua como radialista no programa “Ligado no Matarazzo”, na Rádio Capital. Em 2020, passou também a exercer o cargo de professor colaborador do IBMEC-SP.
Em 2016, Andrea Matarazzo saiu do PSDB e se filiou ao PSD, legenda pela qual foi candidato a vice-prefeito de São Paulo na chapa encabeçada por Marta Suplicy (PMDB). Eles ficaram em quarto lugar na eleição, com 587.220 votos, pouco mais de 10% do total.
Nas eleições municipais de 2020 foi novamente candidato ao cargo de Prefeito de São Paulo, tendo Marta Costa como candidata a vice.
Ao final do pleito conseguiu 82 mil votos, ficando em 8º lugar, com pouco mais de 1,5% dos votos válidos.
Origens italianas de Andrea Matarazzo
Em entrevista no ano passado, durante a campanha para senador da Itália, Andrea lembrou de suas origens italianas.
“Meu bisavô e o irmão dele vieram do Sul da Itália para o Brasil no final do século XIX, se estabeleceram em Sorocaba, em São Paulo, e fundaram a primeira fábrica de grande porte da América Latina. Eu, como quarta geração, continuei o caminho do empresariado, como forma de devolver ao povo brasileiro toda a experiência que fomos adquirindo, que o Brasil permitiu que a minha família tivesse”, declarou.
Andrea é casado com Sonia Matarazzo.
O bisavô empreendedor
A família Matarazzo veio da cidade de Castellabate, a cerca de 100 quilômetros de Nápoles, no sul do país. O imigrante pioneiro foi Francesco Matarazzo, que chegou ao Brasil em 1881, aos 27 anos.
A família Matarazzo veio da cidade de Castellabate, a cerca de 100 quilômetros de Nápoles, no sul do país. O imigrante pioneiro foi Francesco Matarazzo, que chegou ao Brasil em 1881, aos 27 anos.
Estabelecido em Sorocaba, trabalhou como mascate até abrir um comércio de secos e molhados e mais tarde uma empresa de produção e comércio de banha de porco. Conhecido como Conde Matarazzo, ele morreu em 1937 na condição de homem mais rico do país.
Os Matarazzo são uma das mais tradicionais famílias do Brasil e seus membros ocupam posições de destaque em vários setores da sociedade, como indústria, política, artes e cultura.
O sobrenome Matarazzo
O sobrenome Matarazzo deriva de um apelido ligado ao termo materazzo (colchão), talvez indicando a profissão de fabricante de colchões do progenitor.
Esse sobrenome é bastante difundido na Campânia, mas também tem uma linhagem no sul da Sicília.
Existem aproximadamente 1357 famílias Matarazzo na Itália, sendo as regiões com mais ocorrências a Campânia (613), Sicília (194) e Lazio (153).
O sobrenome Matarazzo é o 498º em popularidade na região da Campânia, o 36º na província de Avellino e o 3º mais comum na cidade de Rutino, localizada na região da Campânia.