Grande personalidade do século XX, Battisti dedicou parte da sua vida na luta pelos trentinos
Esqueça o terrorista capturado recentemente na Bolívia e condenado à prisão perpétua na Itália. O Cesare Battisti em questão é uma figura importante na história italiana. Um herói nacional.
Ativista, jornalista, geógrafo, político e oficial da Alpini, a tropa de montanha do exército italiano, Cesare Battisti empresta o seu nome para edifícios públicos, praças, escolas e seguramente para milhares de avenidas em toda a Itália. No entanto, muitos italianos e turistas desconhecem a sua surpreendente história.
Nascido em 1875, em Trento, na região Norte da Itália, Battisti dedicou parte da sua vida na luta pela anexação do Trentino para a Itália, dominado até então pelo Reino de Habsburgo, ou austríaco.
Filho de comerciante e de uma nobre, frequentou o ginásio em Trento, onde começou a fazer as suas primeiras experiências políticas. Mais tarde, encantado pelo princípios intelectuais do marxismo, cria um jornal que mais tarde é censurado.
Em Florença estudou Letras e sucessivamente consegue uma segunda licenciatura em geografia. Seguindo os passos do tio materno, dom Luigi Fogolari – condenado à morte pelo governo austríaco, por conspiração, tendo posteriormente obtido clemência–, abraça os ideais patrióticos do irredentismo, uma doutrina que acreditava que todas as regiões italianas, embora politicamente separadas, estavam ligadas pelos costumes e pela língua.
Em 1911, convencido de que podia obter resultados em favor da causa trentina contra o império austríaco, Battisti foi eleito para o Conselho Reich, o parlamento em Viena.
Logo após a eclosão da Grande Guerra, em 1914, ele realizou um intenso trabalho de propaganda em jornais e revistas em favor da intervenção da Itália. No ano seguinte, Battisti alista-se como voluntário no exército italiano. Imediatamente é enquadrado no batalhão Alpine Edolo e, em seguida, por méritos de guerra, foi promovido ao batalhão oficial de Vicenza VI Regimento de Alpine, operando no Monte Baldo e Pasubio.
Em 10 de julho de 1916 seu batalhão é dizimado pela divisão de infantaria do império imperial Austro-Húngaro ao tentar recuperar o Monte Corno di Vallarsa, ocupada por austríacos. Battisti foi preso e levado para a prisão em Trento, onde foi enforcado como traidor.
Considerado por muitos como um herói, outros como um traidor e um espião, Battisti não chegou a ver o seu sonho ser realizado. A região trentina só foi anexada, efetivamente, ao território italiano em 16 de julho de 1920, quatro anos após a sua morte.
Via Cesare Battisti no centro histórico de Milão:
Via Cesare Battisti no centro histórico de Roma:
Via Cesare Battisti no centro de Veneza:
Via Cesare Battisti no centro de Nápoles: