Onyx Lorenzoni foi atrás de suas raízes italianas e encontrou na região do Vêneto uma experiência para toda a vida. Ex-ministro-chefe da Casa Civil e ex-ministro do Trabalho e Previdência, Lorenzoni conta ao Italianismo um pouco da trajetória de sua família de imigrantes, da qual se aproximou na Itália.
Político, médico veterinário e empresário gaúcho, Onyx se orgulha tanto de sua trajetória política quanto da história de sua família ítalo-brasileira.
“Viajar para a Itália era um sonho, pois havia prometido ao meu pai que o levaria. Lamentavelmente o perdemos antes de concretizar esse sonho e me vi na obrigação de voltar a Itália com ele em meu coração”, declara Lorenzoni.
No Vêneto, ele morou um período na cidade de Castelcucco e fez muitos amigos, além de conhecer a cidade de Villa Raspa, de onde saiu seu avô, com 16 anos, para vir ao Brasil e iniciar a família Lorenzoni no país.
O bisavô de Onyx Lorenzoni
Onyx conta que seu bisavô, Giulio Lorenzoni, saiu de Villa Raspa em direção a Gênova e acabou indo para Santa Catarina. Depois disso, foi para o Rio Grande do Sul, onde ajudou a fundar a quarta colônia, histórico centro de colonização italiana, o único fora da serra gaúcha, que recebeu as famílias de imigrantes a partir do final do século 19.
“O meu bisavô, junto com seus pais, irmãos e primos, estava entre os primeiros a abrir as picadas na região. A primeira cruz colocada em Silveira Martins foi pelas mãos dele, o Giulio”, ressalta Onyx.
A história das viagens e descobertas de Giulio Lorenzoni entre Itália e Brasil está no livro Memórias de um Emigrante Italiano, editado em português e italiano, que tem como base os diários que ele escreveu desde os 15 anos de idade.
Paixão pela botânica
De acordo com Onyx Lorenzoni, depois de desbravar a região central do estado, seu bisavô seguiu para Bento Gonçalves, onde foi para ser professor bilíngue e acabou exercendo várias atividades, incluindo tabelião e juiz de paz.
Mas sua paixão era a botânica, desenvolvida de maneira autodidata, como revelam trechos de seus diários incluídos no livro, com citações de espécies de árvores, animais e plantas.
Em Bento Gonçalves, Giulio se casou e teve quatro filhos, entre eles Antonio Lorenzoni, pai de Rheno Julio Fioravante Lorenzoni, pai de Onyx Lorenzoni.
A família de Onyx Lorenzoni
Rheno Lorenzoni passou a juventude em Bento Gonçalves, foi para São Paulo e depois voltou para Porto Alegre, onde se formou em veterinária, foi professor universitário e se casou com Dalva Dornelles Lorenzoni.
“Meus pais tiveram dois filhos, eu e Mayra, minha irmã mais nova, que é psicanalista. Tenho sete filhos, quatro biológicos, duas enteadas e uma adotada do coração. E tenho cinco netos, que irão continuar a descendência”, completa.
O filho mais velho, Rodrigo Lorenzoni, deputado estadual pelo Rio Grande do Sul, também é formado em medicina veterinária, assim como o pai e o avô.
“Temos um hospital veterinário há 70 anos em Porto Alegre, um dos estabelecimentos mais antigos do Rio Grande do Sul. Hoje ele se dedica a cuidar de pets, mas no passado cuidávamos de equinos e bovinos. Meu pai tinha especialidade em equinos e eu em reprodução de bovinos”, conta Onyx.
A trajetória e a busca pelas raízes
Nascido em Porto Alegre em 3 de outubro de 1954, Onyx iniciou na vida pública presidindo o Sindicato dos Médicos Veterinários, ajudando a fundar a Federação da categoria e liderando diversas entidades ligadas à profissão. Em 1987, a convite do então deputado federal Guilherme Afif Domingos, ingressou no Partido Liberal (PL).
Desde então, foi uma longa trajetória, que inclui dois mandatos de deputado estadual e cinco de deputado federal, um total de 28 anos nos dois parlamentos.
No ano passado, ele foi candidato a governador do Rio Grande do Sul. Foi para o segundo turno, mas acabou não vencendo as eleições, que terminaram com Eduardo Leite (PSDB) em primeiro lugar.
“Foi quando decidi tirar um período sabático e conhecer minhas raízes italianas. Castelcucco é um lugar belíssimo, que levarei pra sempre em meu coração. O Vêneto é uma região linda e com um povo maravilhoso. Foi uma experiência extraordinária”, concluiu.