A Toscana voltou a registrar crescimento expressivo no número de estrangeiros residentes. Em 2024, foram 16 mil novos imigrantes, aumento de 3,7% em relação ao ano anterior, totalizando 439.789 pessoas.
Os dados fazem parte do Dossiê Estatístico da Imigração, divulgado pelo Centro de Estudos Idos, durante evento na Scuola Superiore Sant’Anna, em Pisa.
A alta quebra a estabilidade observada em 2023, reflexo do enraizamento dos residentes anteriores. O saldo migratório com o exterior foi positivo em 26.332 pessoas, com 29.306 novas inscrições no Anagrafe (registro civil). No mesmo período, 13.373 estrangeiros adquiriram cidadania italiana.
Massa Carrara lidera crescimento percentual
As províncias com maior crescimento percentual foram Massa Carrara (+6,7%), Arezzo (+4,5%), Florença (+4,3%), Prato (+4,1%) e Lucca (+4%).
Prato permanece como a província com maior proporção de estrangeiros: 22,9% da população. Em Florença, o índice é de 13,8%. No total, os estrangeiros representam 12% da população toscana — acima da média nacional, de 9,2%.
Migração marítima pressiona sistema de acolhimento
O aumento também reflete a redistribuição de migrantes resgatados no sul do país. Em 2024, o porto de Marina di Carrara recebeu 708 pessoas em 12 operações. Em Livorno, chegaram 711, ante 525 no ano anterior.
O sistema de acolhimento está próximo do limite: em junho de 2024, havia 9.985 acolhidos nas estruturas da região, número apenas 2% maior que o registrado em dezembro de 2023.
Romênia, China e Albânia lideram origens
A maioria dos imigrantes vem da Europa (45,3%), com destaque para países da União Europeia (22,8%). Em seguida estão Ásia (31,2%), África (16,5%) e América (6,9%).
As comunidades mais numerosas são: romena (16,8%), chinesa (16,2%), albanesa (13,2%) e marroquina (6,7%). Senegal e Ucrânia representam 3,2% cada.

Trabalho cresce, mas desigualdades persistem
A população estrangeira ocupada chegou a 214 mil pessoas em 2024, alta de 2,5%. Elas representam 12,8% dos trabalhadores da Toscana. O crescimento foi puxado pelas mulheres, com 14 mil novos postos. Elas somam agora 45,3% dos imigrantes empregados.
Apesar disso, o desemprego entre estrangeiros (8,7%) segue acima da média dos italianos (5,9%). Há ainda subemprego e descompasso entre formação e ocupação: 33% dos imigrantes exercem funções abaixo do nível de qualificação.
Além disso, 24,6% dos estrangeiros atuam em trabalhos manuais não especializados, contra 7,2% entre os italianos.
Imigrantes empreendem mais que italianos
A Toscana encerrou 2024 com 64.154 empresas abertas por estrangeiros — 16,4% do total regional e acima da média nacional (11,3%).
Prato lidera com 34,3% das empresas locais sob gestão estrangeira, seguida por Florença (19,3%). As comunidades com maior participação são: chinesa (23,3%), albanesa (14,3%), marroquina (11,3%) e romena (11,3%). O protagonismo feminino também é relevante: 27,2% das empresas têm mulheres à frente.
Escolas têm mais alunos estrangeiros natos
As escolas da Toscana registraram 73 mil alunos com cidadania estrangeira no ano letivo 2023/2024, alta de 1,1%. Eles representam 15,4% dos estudantes — proporção superior ao número de residentes estrangeiros.
Mais de dois terços (67,4%) nasceram na Itália. A presença de natos atinge 80,9% nas escolas de educação infantil e 70,8% nas primárias.
Cerca de 66,8% dos alunos estrangeiros estão matriculados em institutos técnicos ou profissionais, enquanto entre os italianos essa taxa é de 45%.























































