O sobrenome italiano Bianchi tem origem no período das invasões bárbaras, por volta do século 6. Com raízes germânicas, ele é inspirado em uma característica física e significa “branco” ou “brilhante”.
As invasões dos chamados povos bárbaros, após a queda do Império Romano, introduziram na Itália uma série de idiomas que se mesclaram com o latim. A quase totalidade desses povos era de origem germânica.
Suas marcas na Itália são visíveis no grande número de cidades denominadas com nomes tipicamente germânicos, como Fara, Farra ou Sala, por exemplo.
De acordo com o autor Ciro Mioranza, em seu livro “Filius Quondam – A Origem e o Significado dos Sobrenomes Italianos”, os povos germânicos que deixaram traços indeléveis na onomástica italiana foram especialmente os longobardos e os francos em toda a Itália e os normandos, no sul.
Apelidos
Os sobrenomes que refletem raízes germânicas se classificam, em sua grande maioria, em patronímicos (derivados de nomes próprios e indicativos de filiação). Esse fato comprova que, embora esses povos tenham se cristianizado e latinizado, conservaram seus usos e costumes, de modo particular a sua tradução onomástica.
As raízes germânicas são reconhecidas também nos sobrenomes que se referem a apelidos, qualidades, defeitos e profissões, como Bruno, Bruni, Brunello (o termo “brun” significa moreno, escuro luzidio e depois foi assumido como nome próprio).
É nessa mesma categoria que entra Bianco, Bianchi e Bianchini (o termo “blank” significa branco).
Origem
Portanto, o sobrenome tem sua origem nas características físicas do patriarca da família. Possui raízes germânicas no termo “blank”, branco ou brilhante, e é associado à cor da pele ou à brancura da barba ou cabelos.
Existem variações, como Bianco e Bianchini, e também Bianconi (aumentativo de Bianco) e Bianculli (diminutivo de Bianco). Veja outras variações: Bianca, Biancat, Bianch, Biancu, De Bianchi, De Bianco, Debianco, Del Bianco, Lo Bianco, Lobianco, Di Bianco.
Bianchi no Brasil
O sobrenome chegou na década de 1870, com o início do processo imigratório dos italianos. Somente no Espírito Santo, pelo menos 53 imigrantes com o sobrenome Bianchi entraram entre o final do século 19 e o começo do século 20.
Existem registros da família de Antonio, vindo do Vêneto no navio Clementina, em 1876, e de Pietro, passageiro no Las Palmas, em 1895. Giacomo Bianchini chegou ao Espírito Santo em 1880.
Para Santa Catarina se dirigiu a família de Antonio Bianchi, vinda de Gênova no vapor Colombo, em 1878.
Na Itália e no mundo
De acordo com o site Cognomix, a maior concentração da família na Itália está nas regiões da Lombardia, Toscana, Lácio e Emília-Romanha (veja o gráfico abaixo).
Na região da Calábria, mais precisamente na província de Cosenza, existe uma cidade chamada Bianchi, com cerca de 1.543 habitantes e aproximadamente 32 quilômetros quadrados.
Segundo o site Forebears, depois da Itália, os países onde existem mais representantes da família Bianchi no mundo são Argentina, Brasil, Estados Unidos e França.
Distribuição geográfica do sobrenome na Itália:
Popularidade – O sobrenome Bianchi é:
- O 3° na região da Toscana.
- O 2°na província de Livorno
- O 1° no comune de Como (CO)
Personalidades
Entre as personalidades com o sobrenome Bianchi estão o ex-jogador e atual treinador de futebol argentino Carlos Bianchi, que foi campeão da Copa Libertadores como técnico do Vélez Sársfield em 1994 e do Boca Juniors em 2000, 2001 e 2003.
Outra personalidade é o ex-jogador de futebol italiano Alessandro Bianchi, que atuou pela Inter de Milão entre 1988 e 1996 e pela Seleção Italiana entre 1992 e 1994.
Ainda no mundo dos esportes, vale lembrar do jornalista Ney Bianchi (1929-1998), que trabalhou em veículos como a revista Manchete Esportiva, onde escrevia suas reportagens, principalmente sobre o futebol carioca.
No mundo do rock brasileiro, o vocalista Thiago Bianchi também é conhecido por ser vocalista da banda de Heavy Metal Noturnall e ex-vocalista da banda Shaman, entre 2007 e 2013.
Empresas
Algumas grandes empresas carregam o sobrenome, como a Família Bianchi, pioneira no ramo da avicultura no Brasil, fundada pelo filho de imigrantes italianos Luiz Emannuel Bianchi no final da década de 1920.
Outra empresa pioneira foi a fábrica de bicicletas Bianchi, fundada em 1885 em Milão, na Itália, por Edoardo Bianchi, e considerada a mais antiga fábrica de bicicletas em atividade no mundo.