O italiano Leonardo da Vinci provavelmente foi um dos maiores gênios da história. Ainda que seja mais lembrado por ter pintado a Mona Lisa, o renascentista também foi um inventor de mão cheia.
Entre suas invenções estava uma espécie de helicóptero, uma estrutura circular com uma espiral em sua parte superior que, segundo o criador, poderia “perfurar” o ar se fosse girada, fazendo o artefato voar.
Agora, mais de 500 anos depois da invenção, um membro do time de engenharia da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, criou um drone que mostra que, para variar, da Vinci estava certo em sua previsão sobre o equipamento.
Por um ano e meio, Austin Prete, estudante da graduação em engenharia aeroespacial, trabalhou em um drone chamado Crimson Spin (Girador Carmesim, em tradução livre). Trata-se de um drone com quatro rotores, porém com espirais ao invés de hélices, inspirado no projeto de da Vinci.
Melhor que um helicóptero ‘normal’ Prete criou os protótipos com impressão em 3D e construiu a versão final usando alumínio e plástico. São materiais leves, aos quais da Vinci não tinha acesso há mais de meio milênio —certamente o projeto original do inventor não sairia do chão caso fosse construído usando materiais como madeira e couro, e sem uma fonte de energia de alta capacidade.
A versão final do Crimson Spin foi apresentada em um evento chamado Transformative Vertical Flight 2022, em San Jose, Califórnia (EUA). O evento busca incentivar soluções criativas voltadas ao voo vertical.
O uso de espirais nos rotores ao invés de hélices dotou o Crimson Spin de algumas vantagens.
Para manobrar, o sistema computadorizado do drone promove pequenas alterações individuais na velocidade das espirais, de maneira que a aeronave possa se inclinar ou rotacionar.
Além disso, a solução acaba trazendo uma vantagem em relação a um design mais convencional. Quando as espirais giram, forma-se uma espécie de vortex de ar ao longo da borda externa da superfície plana do drone. Com isso, cria-se uma zona de baixa pressão, que aplica uma força vertical para cima, fazendo o aparelho subir.
Na prática, isso significa que o Crimson Spin é capaz de levantar menos poeira ao decolar ou voar baixo, além de ser mais silencioso em sua operação.
Com esse sucesso inicial, Prete acredita que a solução pode ser aproveitada em projetos maiores. Há ainda uma série de desafios, como o peso adicional das espirais e também o potencial para instabilidade.
Mas, de qualquer forma, não é exagero nenhum dizer que, se estivesse vivo, da Vinci estaria orgulhoso. *Com informações do site Cnet e Uol.