Estupro: interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça italiana foram tidas como fundamentais
Interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça italiana, tidas como fundamentais para a condenação em primeira instância de Robinho, 36, por estupro, em 2017, foram reveladas nesta sexta-feira (16) pelo site globoesporte.com (GE).
Em novembro de 2017, o Tribunal de Milão julgou como procedente a acusação do Ministério Público italiano de que Robinho participou, com outros cinco homens, de violência sexual coletiva contra uma albanesa de 23 anos em uma discoteca de Milão. O episódio ocorreu em janeiro de 2013, quando ele tinha 28 anos e jogava no Milan.
Robinho pode ser preso ou extraditado?
Apesar do crime, Robinho não pode ser extraditado a pedido da justiça italiana, que em 2017 condenou o jogador a nove anos de prisão por participar de um estupro coletivo contra uma jovem albanesa em 2013, em Milão, na época em que defendia o Milan. A constituição brasileira, no artigo 5, proíbe a extradição de brasileiros natos.
Por outro lado, ele pode preso no Brasil para cumprir a condenação recebida na Itália. Para isso, a justiça italiana teria de acionar a brasileira e solicitar uma análise a respeito do crime cometido na Itália. Caso a justiça brasileira considerasse que o crime cometido na Itália se enquadra no Código Penal brasileiro, ele seria preso no país.
Na época, Robinho negou a participação no crime. Por causa da condenação, ele está proibido de entrar na Itália ou em países com os quais o governo italiano tenha acordo de extradição automática.
“Estou rindo e nem aí, porque ela estava bêbada”
Em transcrições de interceptações telefônicas feitas com autorização judicial, o jogador Robinho revelou participação no ato que levou uma mulher albanesa de 23 anos a acusar o atleta e amigos por estupro coletivo, em Milão, na Itália.
Com base principalmente nessas gravações, o brasileiro foi condenado em primeira instância a nove anos de prisão pelo crime.
Detalhes do processo foram revelados nesta sexta-feira (16) pelo site “Globoesporte.com“. Segundo a investigação, a mulher foi levada a um camarim na boate, onde foi abusada por cinco homens, entre eles Robinho e Ricardo Falco, seu amigo.
O caso aconteceu em uma boate de Milão chamada Sio Café, no dia 22 de janeiro de 2013. Além de fazer gravações telefônicas, a polícia italiana instalou um grampo no carro de Robinho e conseguiu captar outras conversas.
Em uma das interceptações da polícia, o jogador diz: “estou rindo porque não estou nem aí, a mulher estava completamente bêbada, não sabe nem o que aconteceu.”
Contrato suspenso
O Santos e o atacante Robinho anunciaram nesta sexta-feira (16) a suspensão do contrato entre clube e jogador, que havia acertado seu retorno no último dia 10 de outubro.
O vínculo era válido por cinco meses e seria discutido em reunião do Conselho Deliberativo no próximo dia 21.
A decisão se dá depois da pressão de conselheiros, patrocinadores e a revelação de trechos da sentença da Justiça italiana que condenou Robinho e um amigo em primeira instância a nove anos de prisão por violência sexual de grupo contra uma jovem de origem albanesa.