Projeto de lei prevê voto eletrônico para italianos que vivem no exterior
Os italo-brasileiros poderão contar com um novo sistema de votação. O subsecretário das Relações Exteriores da Itália, Ricardo Merlo, confirmou que existem algumas propostas de lei sobre o tema, e todas preveem o voto eletrônico, porém, a decisão cabe ao Parlamento, mas sem data para ser apreciadas.
A medida valeria para todos os italianos expatriados. “Continuamos estudando como mudar as modalidades de voto no exterior”, disse Merlo.
Cidadãos residentes no exterior podem eleger deputados e senadores e participar de referendos por meio do voto pelo correio. Atualmente, a Itália possui 18 parlamentares eleitos no exterior, incluindo os deputados ítalo-brasileiros Luis Roberto Lorenzato, da Lega, e Fausto Longo, do Partido Democrático, que faz oposição ao governo.
Hoje, as votações fora do Itália acontecem pelos correios. Um mecanismo atrasado e alvo de suspeitas de fraude, como as que foram denunciadas em 2018.
Na Alemanha, por exemplo, um vídeo foi produzido para revelar a compra de cerca de três mil votos italianos. Nas imagens – entregues para a Polícia da Itália – os delatores acusam os consulados de participarem do esquema.
A procuradoria de Roma também iniciou uma investigação sobre supostas fraudes na votação de eleitores italianos no Canadá. Nos relatórios constam diversos testemunhos de escritórios diplomáticos sobre as irregularidades.
Na Argentina, o ex-deputado Fabio Porta e candidato derrotado ao Senado em 2018 apresentou uma queixa junto à “Corte di Appello” de Roma, alegando serem “suspeitos” milhares de votos. Na ocasião, ele disse acreditar que havia uma cumplicidade dos correios local. Um jornal argentino chegou a publicar que cerca de dez mil votos eram irregulares.