Uma mulher que está entre as cerca de 50 vítimas do empresário que aplicava golpes em brasileiros com interesse em ter cidadania italiana se diz impotente após perder todo o investimento.
Em entrevista à RBS TV, sem se identificar, ela conta que gastou em torno de R$ 45 mil, sendo que R$ 20 mil foram entregues para o homem.
Ele foi preso na terça-feira (17), em Piracicaba, interior de São Paulo, e na quarta (18) está sendo transferido para Porto Alegre, onde será ouvido formalmente. Segundo a polícia, as negociações atingiram valor de R$ 1,5 milhão.
“Sentimento é realmente de impotência, porque eu sou uma pessoa que tem clareza das coisas. Eu busquei informação, tomei uma série de providências para me cercar de que ele estaria sendo, de que ele seria uma boa pessoa para fazer minha cidadania e, no fim, não foi o que aconteceu”, lamenta.
A mulher disse que buscou por pessoas que faziam o serviço na Itália, já que havia se informado que, dessa maneira, o processo seria mais rápido. Acumulou férias, juntou dinheiro e encontrou o agenciador.
“Eu fiz o primeiro contato com ele, ele prometeu que eu conseguiria a cidadania durante os 45 dias que eu ficaria lá [na Itália]. Acabei ficando até 47, só que durante o período que eu fiquei lá, não foi dada, nem entrada no processo”, lembra.
Identificado pela polícia como golpista, Robert Martini Delazeri tem 39 anos e, desde 2012, trabalhava como agenciador de jogadores de futebol em Caxias do Sul, na serra gaúcha. Assim, conseguiu contatos com advogados na Itália.
A investigação da polícia concluiu que, até 2016, o agenciador realmente tinha contatos na Itália que ajudavam a obter os documentos. Mas, depois, teria perdido essas parcerias.
Há três meses, ele havia trocado o Rio Grande do Sul, onde as investigações avançavam, pelo interior de São Paulo
O homem foi detido em casa e não esboçou resistência. No endereço, foram encontrados documentos e objetos vinculados aos crimes de estelionato contra diversas vítimas e um carro Ford Edge com emplacamento de Caxias do Sul, cidade de onde foi expedido o mandado de prisão.
Os pertences foram apreendidos e farão parte da investigação.
No escritório dele, policiais encontraram provas de que o empresário continuava oferecendo o serviço. No local também havia passagens compradas para a Itália.
O preso vai responder na Justiça por estelionato e crimes contra a relação de consumo.
Por Fábio Almeida, RBS TV
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