Nascido da cozinha pobre italiana, ele conquistou as famílias abastadas e se sofisticou ao longo do tempo
Nhoque é uma daquelas receitas italianas que nos dão conforto. O conhecido prato italiano reúne sabor e história.
Ao longo da história da Itália, a penúria dos períodos de guerra deixou ao menos uma herança positiva: diante da escassez de ingredientes surgiu o nhoque, as mammas e nonnas exercitaram a criatividade e nos deixaram como herança receitas que se tornaram clássicos da culinária.
Embora os historiadores não consigam precisar o momento exato, sabe-se que o primeiro prato de nhoque foi produzido no século 17.
Segundo Sílvio Lancellotti, autor de “O livro da cozinha clássica” (Editora L&PM), a farinha de trigo, racionada, não faltava na despensa dos ricos, que continuaram a cozinhar suas massas. Já os pobres precisaram inventar um jeito de transformar o pão velho na pasta de cada dia – ralado ou moído, o pão era misturado com um pouquinho de farinha e água quente.
A massa era modelada em cilindros e cortada em toquinhos, que depois eram cozidos em água ou em um caldo de vegetais e ossos de galinha. E não é que ficava bom? Com o tempo, até os ricos copiaram a ideia.
A batata foi a última a entrar na história, pois chegou à Europa no século 18.
Hoje, cada região da Itália tem sua versão de gnocchi (a grafia em italiano). Há receitas com ovos, com farinha de castanhas e ainda preparações doces. Os nomes variam – cavatelli (Molise e Apúlia) e pisarei (Emilia-Romagna) –, em formato de conchinha, às vezes com ranhuras feitas numa tábua própria, são alguns exemplos.
Veja passo-a-passo como fazer nhoque, com o chef Renato Carioni
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