Se na Itáliao bloco de direitafracassou na tentativa de eleger um chefe de Estado do campo conservador, a ascensão dos nacionalistas em Portugal foi comemorada na Itália. É o que revela o deputado Luis Roberto Lorenzato, ítalo-brasileiro e representante da Liga no parlamento italiano.
“Tive a honra de apresentá-lo ao líder da Liga, Matteo Salvini, na Itália, e ao deputado federalEduardo Bolsonaro, no Brasil. Desejo muita união e intercâmbio internacional entre nossos países”, disseLorenzato.
Ele se refere aAndré Ventura, jurista, ex-comentarista esportivo e líder da legenda do partido conservador Chega, que se tornou neste domingo (30) o terceiro maior partido no Parlamento português – conseguiu eleger 12 deputados (em 2019 elegeu apenas 1).
O presidente da Liga, Matteo Salvini chegou a participar doCongresso do Chega, em Coimbra, em maio de 2021.
Bloco de direita rachada na Itália
Por outro lado, a reeleição de Sergio Mattarella como presidente da Itália, confirmada pelo Parlamento no sábado (29), parece ter rachado o bloco de direita, que fracassou na tentativa de eleger um chefe de Estado do campo conservador.
Ao longo das últimas semanas, a coalizão – que contava com a Liga, Irmãos da Itália e Força Itália (FI) – tentou emplacar diversos nomes do campo conservador, como o ex-premiê Silvio Berlusconi, o jurista Carlo Nordio, a vice-governadora da Lombardia, Letizia Moratti, e o ex-senador Marcello Pera.
Essa aliança governa a maioria das regiões italianas e detinha o maior número de votos no colégio eleitoral que escolhe o presidente da República (cerca de 450 de um total de 1.009), porém não se mostrou unida nos momentos decisivos que levaram à reeleição de Mattarella.
“A direita parlamentar não existe mais, é preciso recriá-la do zero, por respeito às pessoas que querem mudar”, disse a deputada Giorgia Meloni, do partido Irmãos da Itália (FdI).
Segundo a deputada, a “única coisa” sobre a qual o bloco de direita concordava na noite de sexta era o “não” a Mattarella.
Segundo a imprensa italiana, Salvini aceitou a reeleição de Mattarella para não correr o risco de ficar isolado dentro da coalizão de união nacional que sustenta o governo de Mario Draghi.