A Lombardia, a região mais rica da Itália, vive uma situação incomum. No último domingo, o prefeito de Magnacavallo, fez um apelo durante a missa dominical, solicitando paciência e colaboração diante da escassez de funcionários públicos.
“Não há nada de estranho em um administrador fazer um apelo à comunidade também durante a missa, pois, em uma cidade pequena, é um dos poucos momentos em que todos se reúnem. É preciso união e ajuda mútua, porque esse é um problema de todos, não apenas da administração municipal”, disse Arnaldo Marchetti ao jornal Gazzetta di Mantova.
A crise afeta serviços essenciais, como o setor de anagrafe (registro civil) — muito procurado por ítalo-brasileiros para emissão de certidões italianas.
“Estamos em dificuldade neste momento. Se as coisas não mudarem, pode se tornar impossível oferecer muitos serviços”, completou.
Concursos públicos recentes não atraíram candidatos suficientes. As vagas administrativas continuam abertas, mas a baixa atratividade e salários modestos desmotivam os interessados.
O problema vai além de Magnacavallo. Municípios vizinhos, como Sermide e Felonica, também enfrentam escassez de pessoal. Dois concursos em Destra Secchia, região próxima, não preencheram as vagas devido à falta de candidatos.
O prefeito ressaltou que não há margem de manobra em relação a salários nem à reposição de pessoal.
O problema é geral, em toda a administração pública. Nos últimos anos, as aposentadorias esvaziaram os escritórios. E, para municípios pequenos como Magnacavallo, a situação é particularmente difícil.
“Mas não queremos desistir”, conclui o prefeito. “Nossa comunidade é unida e vamos encontrar uma maneira de seguir em frente. Porém, é preciso paciência, colaboração e um pouco de espírito de adaptação.”