Sul da Europa continua atraente para os investidores estrangeiros. Americanos lideram a busca por comprar casa na Itália
Apesar do impacto da pandemia do novo coronavírus no mercado imobiliário, a procura por comprar casa na Itália continua em alta.
É o que mostra um estudo feito pelo Idealista, um dos maiores portais imobiliários do su da Europa.
Segundo a análise do grupo, entre junho e setembro, os maiores interessados em comprar casa na Itália eram dos EUA, Reino Unido e Alemanha. As propriedades localizadas junto ao litoral são as mais buscadas.
O estudo analisou, ainda, o mercado imobiliário nas zonas costeiras de Portugal e Espanha.
Em busca do estilo mediterrâneo para viver
Os benefícios da vida no sul da Europa, incluindo um clima ameno, boa comida e amplos benefícios sociais, continuam atraindo as atenções “lá fora”.
Os EUA são o país mais ativo na procura de casa próximo ao litoral, encabeçando a lista dos três países, neste período.
A verdade é que muitos norte-americanos, mas também portugueses, espanhóis e italianos residentes do outro lado do Atlântico voltam a olhar para o sul do Velho Continente, em busca de uma nova casa ou até de uma segunda residência.
Embora a procura proveniente dos EUA seja mais comum em Portugal, a procura norte-americana ultrapassa a britânica na Espanha e a alemã na Itália, que até agora lideravam a origem da procura externa.
Brasileiros e franceses preferem Portugal, diz o estudo.
Segundo o estudo, os que desejam comprar casa na Itália optam por áreas costeiras cercadas pelos mares Tirreno, Jônico e Adriático – foram procurados por 317 norte-americanos.
Evolução da procura internacional
A procura internacional está sendo afetada desde março, devido às medidas restrições de mobilidade, que dificultam a entrada de investidores interessados em comprar uma casa. Mas a partir de maio, começou a observar-se uma recuperação, sobretudo na Itália e na Espanha, que mantiveram níveis de procura positivos.
Apesar de Itália ter sido a zona europeia onde o início da primeira vaga da Covid-19 teve maior impacto, o país mostra agora uma grande recuperação, com aumento médio de seis pontos percentuais no terceiro trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior. Na verdade, 16% das visitas ao idealista Itália no verão passado são provenientes de locais de fora das suas fronteiras.
Preços não foram afetados
Em geral, os preços não foram muito afetados pela crise econômica. Embora é preciso esperar a evolução da pandemia, em plena segunda onda, e com notícias animadoras de vacinas eficazes que podem chegar no início ou meados de 2021.
Nos três países, coincide que as cidades costeiras tendem a ter um preço unitário mais alto do que o resto do território. Desde abril, o estoque de casas à venda aumentou ligeiramente na Itália e na Espanha, embora tenha diminuído em Portugal.
Estas áreas costeiras, principalmente orientadas para o turismo, sofreram mais com o impacto da Covid-19 devido às restrições de mobilidade, que impediram a chegada de milhões de turistas no verão.
Mesmo assim, os preços não caíram substancialmente como muitos esperavam no início de março. As moratórias aplicadas ao crédito à habitação, os diferentes apoios à manutenção do emprego em cada país e as baixas taxas de juro em toda a Europa têm apoiado esta estabilização dos preços.
Quanto custa comprar uma casa na Itália
Segundo o Idealista, a maior procura por comprar casa na Itália lidera na região da Toscana, como Lucca (2.502 euros / m2), Grosseto (2.413 euros / m2), Livorno (2.177 euros / m2), dividem-se entre os contatos dos EUA e Alemanha.
Mais a sul, no calcanhar da bota da península italiana, a região da Apúlia é algo mais acessível (1.166 euros/m2), com áreas de destaque em Bari (1.453 euros/m2); Barletta-Andria-Trani (1.347 euros/m2) ou Brindisi (1.172 euros/m2) onde a procura dos EUA e da Alemanha é cada vez mais uma vez forte.
Nas ilhas italianas, os interessados da Alemanha dominam os municípios costeiros da Sardenha (1.504 euros/m2), mas é a procura dos EUA que comanda a capital, Cagliari.
Situação que se repete na Sicília (1.064 euros/m2), com os EUA evidenciando a procura nas grandes cidades de Palermo e Catânia, e a Alemanha nos restantes municípios da ilha mediterrânea.