A Câmara dos Deputados da Itália realizou nesta terça-feira (23) uma homenagem ao influenciador político norte-americano Charlie Kirk, morto em 10 de setembro nos Estados Unidos. A cerimônia foi marcada por fortes divergências entre os parlamentares.
O tributo foi proposto pelo deputado Galeazzo Bignami, líder do partido de direita Irmãos da Itália (FdI), e conduzido por Alessandro Amorese, também do FdI. Em seu discurso, Amorese defendeu a homenagem como um gesto de respeito diante da violência política. “Devemos ser os primeiros a dar o exemplo, condenando o ódio político que ainda hoje se alastra”, afirmou.
Parlamentares da oposição, no entanto, criticaram a iniciativa. Gianni Cuperlo, do Partido Democrata (PD), condenou o assassinato, mas evitou exaltar a figura de Kirk. Já Riccardo Ricciardi, do Movimento 5 Estrelas (M5S), questionou o real conhecimento dos colegas sobre o homenageado: “Muitos de vocês, até algumas semanas atrás, nem sabiam quem era Kirk”, disse.
Angelo Bonelli, da Aliança Verdes e Esquerda (AVS), declarou que o caso estaria sendo “explorado” politicamente. Ele também classificou essa instrumentalização como “intolerável”.
Por outro lado, Riccardo Molinari, líder do partido Lega na Câmara, defendeu a homenagem com veemência. “Esperava um senso geral de empatia no debate. Infelizmente, houve tentativas de relativizar o crime com base nas ideias de Kirk, como se isso diminuísse sua gravidade”, disse.
Charlie Kirk, 31 anos, era conhecido por seu ativismo conservador e ligação com o ex-presidente dos EUA, Donald Trump. Ele foi baleado no pescoço por Tyler Robinson durante um evento em Utah e morreu no local. O agressor foi preso, mas não confessou o crime.
