O ex-deputado Luis Roberto Lorenzato, representante da América do Sul pela Lega, criticou duramente o Ministério das Relações Exteriores da Itália, durante entrevista concedida à Radio Radicale, nesta quarta-feira, 9 de abril de 2025.
“A Farnesina nunca gostou dos italianos no exterior”, afirmou Lorenzato ao comentar o novo decreto que limita o reconhecimento da cidadania italiana a apenas duas gerações. Segundo ele, a medida ignora direitos históricos e atinge milhões de descendentes, principalmente na América do Sul.
O deputado denunciou falhas na administração consular, destacando casos de venda de vagas em filas por até 10 mil euros no Brasil. “Virou um comércio. E a Farnesina sabia. Criaram o caos para pedir mais recursos”, disparou.
Lorenzato também classificou o decreto como inconstitucional. Ele argumentou que a cidadania é um direito transmitido por sangue, garantido desde 1861, e não pode ser revogado com base em data de nascimento ou geração.
“Se minha próxima filha nascer, não será italiana. Isso não faz sentido. Estão apagando a história da nossa diáspora”, declarou.
A entrevista está disponível no portal da Radio Radicale, emissora italiana histórica que cobre diariamente as atividades do Parlamento e os principais eventos políticos e institucionais.
Para conhecimento
Farnesina é o nome informal do Ministério das Relações Exteriores e da Cooperação Internacional da Itália (Ministero degli Affari Esteri e della Cooperazione Internazionale).
O nome vem do Palazzo della Farnesina, sede do ministério, situado às margens do rio Tibre, em Roma.
O atual ministro da pasta é Antonio Tajani, que também ocupa o cargo de vice-primeiro-ministro no governo de Giorgia Meloni. Foi dele a proposta do Decreto-Lei 36, responsável por alterar as regras da cidadania italiana.
