O ministro italiano da Agricultura, Francesco Lollobrigida, defendeu nesta semana o combate à “ideia de substituição étnica” como forma de resolver a crise da natalidade na Itália “substituindo os filhos dos italianos por outros” de imigrantes.
“Não podemos ceder à ideia da substituição étnica”, disse o ministro. A fala de Francesco Lollobrigida, ministro italiano da Agricultura, provocou revolta na líder da esquerda italiana, Elly Schlein, que considerou as palavras do ministro “repugnantes e inaceitáveis”, com “sabor a supremacia branca” dos anos 1930.
A parlamentar é a favor de uma alteração na lei da cidadania italiana para facilitar o processo de naturalização de imigrantes.
Embora tenha explicado que considera a imigração um “acontecimento fisiológico natural”, o ministro não acredita que essa seja a solução para os problemas de natalidade no país.
A taxa de natalidade em Itália está abaixo dos 400 mil0 nascimentos por ano, o número mais baixo desde 1871, segundo o Instituto Nacional italiano de Estatística (ISTAT), colocando o país no caminho do envelhecimento progressivo.
Lollobrigida defendeu que é preciso “construir um bem-estar que permita às pessoas trabalhar e ter uma família, apoiar jovens casais a encontrar emprego”.
Dias depois, a primeira-ministra Giorgia Meloni, líder do partido Irmãos de Itália, afirmou que “há muitos anos que não se investe na taxa de natalidade” e que é necessário criar incentivos para que as famílias possam ter filhos.
O debate surge quando o Senado italiano debate o decreto sobre a imigração, que o Governo aprovouem 9 de março.
O Governo italiano decretou, no dia 11 de abril, o estado de emergência nacional durante os próximos seis meses e aumentou o número de centros de identificação e repatriação de imigrantes.