As agências consulares honorárias da Itália no estado de São Paulo foram criadas para estreitar a relação da comunidade italiana junto aos consulados. Mas, na prática, não é isso o que acontece em pelo menos duas cidades: São José dos Campos e Taubaté.
Os endereços apresentados no site do Consulado Geral da Itália em São Paulo levam para um terreno em um condomínio fechado ou uma loja de pneus.
A reportagem do Italianismo foi até São José dos Campos, no Vale do Paraíba Paulista, distante cerca de 81 km da capital, para conhecer a “agenzia consolare onoraria“, mas o endereço indicado no site do consulado é um condomínio de casas e lotes.
Os seguranças desconhecem a presença de um escritório italiano no local. “Aqui nunca funcionou nada relacionado ao consulado”, disse um dos funcionários.
Há cinco dias, o Italianismo fez quatro perguntas para o Consulado Geral da Itália em São Paulo, mas não obteve respostas.
A reportagem buscava saber, principalmente, “qual era a verba destinada anualmente aos escritórios honorários de Rio Claro, São José dos Campos, São José do Rio Preto e Taubaté”, e “qual o papel dessas agências consulares honorárias”.
Uma fonte segura garantiu ao Italianismo que todos os escritórios honorários recebem verbas para a sua manutenção.
No site do Consulado Geral da Itália consta que Marilene Mariottoni (63), uma engenheira e ex-vereadora de Mogi Mirim durante quatro mandatos, é a atual agente consular. Procurada, ela não respondeu aos nossos questionamentos até o fechamento desta publicação.
O mesmo cenário acontece em Taubaté. No lugar onde deveria funcionar uma agência consular honorária da Itália existe uma borracharia.
Lá, a agente consular responsável é Carmen Lúcia Gaudioso. Não conseguimos localizá-la.
As agências consulares honorárias têm funções bastante limitadas e são geridas por pessoas indicadas, geralmente, por políticos regionais.
O papel delas é expandir a rede consular o mais perto possível dos cidadãos italianos, e relatar às autoridades consulares os acontecimentos relevantes na comunidade.
Os representantes honorários não são funcionários públicos italianos e não são assalariados. Mas precisam prestar contas.
Esse espaço está aberto para que as pessoas citadas se manifestem dando sua versão dos fatos e o texto será atualizado assim que o fizerem.