A partir de uma sala de controle na sede da polícia em Veneza, o Big Brother está de olho em nós. Para combater a super lotação turística, os agentes estão seguindo todos que chegam à cidade.
São 468 câmaras, sensores óticos e um sistema de localização por celular. Tudo para distinguir os residentes dos visitantes, italianos de estrangeiros, de onde vêm as pessoas, para onde se dirigem e a que velocidade se deslocam.
A cada 15 minutos, as autoridades obtêm um relatório de como a cidade está cheia — além de quantas gôndolas estão deslizando no Canal Grande, a que velocidade navegam os barcos ou se as águas sobem a níveis perigosos.
Agora, um mês após os navios de cruzeiro terem sido banidos da lagoa, as autoridades da cidade preparam-se para exigir que os turistas pré-reservem a sua visita numa app e paguem entre 3 e 10 euros (cerca de R$ 19 a R$ 63) para entrarem, dependendo da época do ano.
O presidente da Câmara de Veneza, Luigi Brugnaro, diz que o seu objetivo é tornar o turismo mais sustentável nesta cidade visitada por 25 milhões de pessoas por ano. Mas reconhece que as novas regras podem não serem bem aceites por todos.
“Espero protestos, processos judiciais, tudo… Mas tenho o dever de tornar esta cidade habitável para aqueles que nela vivem, e também para aqueles que a querem visitar”, disse a um grupo de jornalistas estrangeiros neste domingo (05).
Os potenciais visitantes questionam. “Não gosto nada de ouvir que terei de pagar entrada só para os edifícios da cidade. Quem decide quem pode entrar?” comentou Marc Schieber, cidadão alemão, que visita Veneza por causa do atual festival de cinema. “Penso que é provavelmente uma nova forma de arrecadar dinheiro.”
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