Lombardos e piemonteses partem para uma segunda casa na Ligúria, a região “amarela”
Incomodados com as regras impostas pelo governo italiano, milhares de lombardos e piemonteses deixaram as áreas vermelhas rumo à segunda residência na Riviera da Ligúria, na área amarela, por exemplo. A fuga começou assim que o governo anunciou um novo lockdown na Itália, que começou a vigorar nesta sexta-feira (6).
Durante a madrugada, as rodovias que dão acesso às regiões menos atingidas pelo covid-19 ficaram congestionadas, segundo jornais locais.
A divisão por cores das 20 regiões da península, em vermelho para aquelas com alto contágio, laranja para médio, e amarelo para moderado, anunciada no dia anterior pelo primeiro-ministro Giuseppe Conte, afeta principalmente as regiões de Lombardia e Piemonte, motores da economia.
Além delas, também estão designadas como vermelhas Calabria e Vale de Aosta, o que levou seus governantes regionais a protestarem.
Nessas quatro regiões só será permitido sair de casa para trabalhar ou ir à escola, enquanto os comércios não-essenciais deverão permanecer fechados, não será permitido sair do próprio município de residência – com algumas exceções – e todos os bares e restaurantes serão fechados.
“Os proprietários de segundas residências são sempre bem-vindos”, disse o prefeito de Bordighera, Vittorio Ingenito, mostrando não estar preocupado com a invasão de novos residentes em sua cidade, e eventual sobrecarga no sistema de saúde local.
“Se o governo tivesse previsto esse fenômeno, que é amplamente previsível, poderia tê-lo regulamentado. Portanto, não somos nós que vamos levantar barricadas”, completou o prefeito da Ligúria.
Motivos para um novo lockdown
A Itália registrou nesta quinta-feira (5) mais 445 mortes causadas pelo novo coronavírus, maior número para um único dia desde 2 de maio, quando haviam sido contabilizados 474 óbitos.
Além disso, o boletim atualizado do Ministério da Saúde registra 34.505 novos casos de contágio nesta quinta, recorde no país desde o início da pandemia. Com isso, o total de pessoas já infectadas na Itália chegou a 824.879, enquanto o número de vítimas subiu para 40.192.
Segundo o Ministério da Saúde, o país também tem 312.339 pacientes curados e um recorde de 472.348 casos ativos. Desse total, 2.391 estão internados em UTIs, maior número desde 21 de abril (2.471), ainda antes do fim do lockdown nacional.