Projeto em andamento prevê limitar o direito para os descendentes de italianos
O tema “cidadania italiana” voltou a gerar apreensão nos últimos dias.
Tudo porque um projeto de Lei – apresentado em novembro do ano passado, mas que veio a público somente agora para a comunidade italiana – prevê limitar o direito à cidadania para os descendentes de italianos.
O projeto é de Elisa Siragusa, do partido de esquerda “Movimento 5 Stelle“, e está na comissão de constitucionalidade desde abril.
A proposta tem assinaturas de outras 6 deputadas, do mesmo partido do comediante Beppe Grillo.
Segundo o projeto, que visa a modificar a Lei 91/1992, a transmissão da cidadania italiana passaria a valer apenas para a primeira geração, ou seja, apenas para filhos.
A motivação? Porque esses descendentes de terceira ou quarta gerações não têm ligação cultural ou linguística com a Itália.
O deputado Luis Roberto Lorenzato, da Lega, acredita que o partido de Siragusa e seus aliados têm votos suficientes para aprovar o texto.
Ele chegou a postar um texto bastante agressivo contra a proposta. “Um governo comunista que prefere africanos clandestinos, 99% homens, entre os 18- 30 anos, ‘bem dotados’, para integrar a cultura islâmica na Itália”, escreveu o parlamentar em sua página “Vote pela Cidadania“, no Facebook.
Entretanto, Ricardo Merlo, senador e subsecretário do Ministério das Relações Exteriores da Itália, acredita que é um grande erro limitar o “direito de sangue” e que a proposta não seguirá adiante.
“Cortar gerações de ius sanguinis significa causar incalculáveis danos econômicos e culturais ao país. O reconhecimento do ius sanguinis não só é sustentável, ao contrário do que dizem alguns, mas gera enormes lucros para a economia italiana”, disse em entrevista ao portal “Italia chiama Italia“.
Segundo ele, os que se propõem a limitar a transmissão da cidadania italiana fazem porque obviamente não conhecem a realidade dos fatos.
Eleito na América Latina, com votos principalmente da Argentina, ele prometeu lutar contra a proposta.
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