Circula nas redes um vídeo de novembro de 2017, em que a então deputada italiana Renata Bueno, eleita pela União Sul-Americana dos Emigrantes Italianos (USEI), defende a imposição de limites geracionais para o reconhecimento da cidadania italiana por descendência.
“Noi abbiamo una rappresentanza Iure Sanguinis, però è già da discutere di mettere un limite di generazione“, diz ela no trecho divulgado, o que pode ser traduzido como: “Temos uma representação por direito de sangue, mas já está na hora de discutir um limite de geração”.
O conteúdo reapareceu dias após o governo italiano aprovar, na sexta-feira, 28 de março, um decreto que restringe a concessão automática da cidadania a apenas filhos e netos diretos de italianos.
Atualmente advogada internacional e presidente do Instituto Cidadania Italiana, Renata Bueno comentou a medida com pesar. Em vídeo recente (assista aqui), disse estar angustiada com a decisão.
“Recebemos essa notícia bomba. […] Isso acabou sendo aprovado e já entrou em vigor. A cidadania continua automática para filhos e netos, mas a partir da terceira geração, como bisnetos e tataranetos, ainda precisamos ver como será o desenrolar”, afirmou.
Segundo ela, a ausência de representantes ativos da América do Sul no Parlamento Italiano contribuiu para o avanço da proposta. “Culpo exclusivamente a ausência de representantes que dizem nos defender”, declarou.

Renata foi a primeira brasileira eleita deputada no Parlamento Italiano, atuando de 2013 a 2018. Após o mandato, fundou o Movimento Passione Italia e tentou a reeleição em 2018 e 2022, sem sucesso.