Onda de calor provoca incêndios florestais, desencadeia alertas climáticos e prejudica plantações
Sabe aquela expressão “calor do inferno”? Pois ela pode ser usada neste momento na Itália sem medo.
O país enfrenta altas temperaturas, com um recorde de 49°C na sensação térmica registrada neste final de semana em Ferrara, na região de Emilia-Romanha, de acordo com os institutos meteorológicos, que marcaram 37ºC. Em Termoli, na região de Molise, a sensação térmica foi de 46ºC, enquanto os termômetros marcavam uma temperatura real de 30ºC. Já em Capo Frasca, na Sardenha, a temperatura chegou a 37ºC, mas a população sentiu 44ºC devido às condições atmosféricas. As autoridades italianas informaram que em 15 regiões do país, do Piemonte a Sicília, a sensação térmica foi de 40ºC por conta da uumidade e do vento.
Alertas foram emitidos para 10 cidades: Bolonha, Bolzano, Brescia, Perugia, Turim, Ancona, Campossado, Florença, Perugia e Pescara. O Ministério da Saúde da Itália alertou a população contra os riscos do sol, já que muitos italianos aproveitaram as altas temperaturas e o período de início de férias para viajarem para as praias. No entanto, o calor tem provocado problemas nas províncias de Parma e Piacenza, com secas e falta d’água. O Conselho de Ministros da Itália decretou estado de emergência na última quinta-feira (22).
Partes do sul e do leste da Europa exato sendo assoladas por temperaturas acima de 40º Celsius devido a uma onda de calor chamada de “Lúcifer” que provocou incêndios florestais e prejudicou plantações.
A Itália e os Bálcãs foram os mais afetados, mas áreas mais ao norte, como o sul da Polônia, também sofreram com temperaturas anormalmente altas, e o serviço meteorológico europeu Meteoalarm emitiu alertas “vermelhos”, seus mais altos, para 10 países.
A expectativa é que as temperaturas continuem em torno de 40º C até a próxima semana. Vinicultores italianos começaram a colheita semanas antes do que o costumeiro devido ao calor extremo.
Carlo Petrini, fundador do movimento Slow Food, escreveu no jornal “La Stampa” que não há registro de a safra de vinho ter tido início antes de 15 de agosto.
“A saúde das uvas é severamente testada por este clima”, escreveu Petrini, acrescentando que os vinicultores correm o risco de encontrar a fruta “cozida pelo sol e pelo calor escaldante”.
As autoridades italianas emitiram alertas de risco climático para 26 cidades, incluindo os polos turísticos Veneza e Roma, onde muitas das fontes foram desligadas devido a uma seca persistente.
As galerias de arte Uffizi de Florença, mundialmente famosas, tiveram que fechar temporariamente na sexta-feira quando o sistema de ar-condicionado quebrou, disse seu diretor à agência de notícias Ansa.