“Ser capaz de controlar a pandemia não significa que estejamos fora dela”, diz Giuseppe Conte
Epicentro da pandemia do covid-19 em março, a Itália tem conseguido combater a segunda onda da doença muito melhor do que vários vizinhos europeus. Mas até quando a Itália conseguirá conter a segunda onda do coronavírus?
A curva de contágio na Itália permanece quase constante. Existe um intervalo de positivos diários entre 1500 e 2000 (nas últimas 24 horas foram 4.499), enquanto que nos países vizinhos são mais de 10 mil casos, com picos de 14 a 16 mil, por dia.
Mas se a situação na Itália parece calma no momento, o que devemos esperar até o Natal?
Para responder a essa pergunta, o jornal Fatto Quotidiano ouviu o virologista Andrea Crisanti, que, com base nas projeções do Worldmeter, deu o alarme.
“O site, Worldmeter não leva em conta quaisquer medidas restritivas ou novas aberturas (como poderiam ter sido os estádios), mas projeta três cenários baseados em comportamentos individuais. Se os comportamentos individuais (máscaras, distanciamento social e higiene pessoal) continuarão sem piorar, já no dia 1º de novembro poderíamos voltar a 15 mil infecções por dia. Chegaremos a subir para 40 mil em dezembro. Na proporção, poderíamos contar entre 500 e 700 mortes a cada 24 horas”, explica Crisanti.
De acordo com ele, “se as medidas cautelares fossem mais rigorosas (e, neste sentido, é claro, mesmo bloqueios direcionados poderiam contribuir), o número de mortos seria reduzido pela metade”, completa.
Governo ligou sinal de alerta
A situação também é conhecida pelo premier Giuseppe Conte.
Durante o Festival de Economia de Trento, realizado entre os dias 22 a 27 de setembro, o líder italiano disse que a Itália não deve apenas “cruzar os dedos” e esperar, mas respeitar as regras. “Ser capaz de controlar a pandemia do coronavírus não significa que estejamos fora dela”, falou Conte.
“Não saímos da pandemia, apesar do fato de ainda haver, felizmente, poucas expressões de negação. Ainda estamos em uma condição difícil, mas razoavelmente, se pudermos respeitar as regras, poderemos controlá-la reduzindo-a o mais rápido possível”, exortou o premier.