O Festival de Cinema de Veneza, o evento cinematográfico mais antigo do mundo, nascido em 1932, se renova e olha para o futuro, diferenciando-se da concorrência, com uma seção dedicada às estreias de séries de TV.
Não é só a seleção da competição, com seu elevado número de estrelas, de Lady Gaga a Brad Pitt – uma das edições mais aguardadas – que causa polêmica, mas também a escolha pioneira de criar uma seção especial “Fora de Competição” dedicada às produções.
Na disputa estão as séries “Disclaimer”, de Alfonso Cuarón, com Cate Blanchett; “M – o filho do século”, de Joe Wright, com Luca Marinelli; “Festa de Família”, de Tomas Vinterberg; “Los Años Nuevos”, de Rodrigo Sorogoyen; e “Leopardi”, de Sergio Rubini, com Leonardo Maltês.
Na edição de 2024 do festival, que acontece de 28 de agosto a 7 de setembro, estreia uma verdadeira seção, por enquanto limitada a alguns títulos e fora de competição.
A iniciativa ocorre após Veneza se abrir para os filmes de plataformas de streaming – o caso da Netflix em 2015 com o longa “Beasts of No Nation”, de Cary Fukunaga, em competição, seguido em 2017 pela série italiana “Suburra”.
Segundo o diretor artístico do festival italiano, Alberto Barbera, “Veneza, embora fosse uma bolha alienante para a época, não é de todo imune ao seu tempo e lança-se na serialidade autoral, uma tendência audiovisual dos últimos anos”.
A nova seção abriga quatro séries dirigidas por Cuarón, Sorogoyen, Vinterberg e Wright, que segundo os diretores são filmes muito longos “que nada têm a ver com a linguagem e convenções de séries de televisão” e, na verdade, também aspiram a um evento de lançamento no cinema.
“A proposta integral destas quatro séries parecia um risco que valia a pena correr, querendo prosseguir o compromisso do festival de sinalizar, senão antecipar, as tendências mais significativas que se manifestam no universo do cinema”, destaca Barbera. (ANSA)