O governo do Reino Unido realizou uma operação policial chamada Crackdown nos dias 16 e 21 de abril de 2023 com o objetivo de impedir o trabalho ilegal no país. No decorrer da ação, 60 motoristas de aplicativos de entrega foram detidos na região de Londres, a maioria deles brasileiros que estavam trabalhando de forma ilegal no país.
As empresas mais afetadas pela operação foram a Deliveroo, a JustEat e a UberEats, que utilizavam esses motoristas em sua operação. Os detidos não tinham permissão para trabalhar na Inglaterra e, em alguns casos, apresentavam documentos falsos.
Dos 60 motoristas presos, 44 estavam em situação irregular de residência no país ou com o visto vencido e, portanto, aguardam deportação para o país de origem.A liberação dos outros 16 foi feita após o pagamento de uma fiança, segundo divulgou o próprio governo.
O Home Office, órgão responsável pelas políticas migratórias no Reino Unido, apontou que a grande maioria dos detidos é brasileira, seguida de indianos e argelinos.
A polícia começou a agir depois que o serviço de inteligência do Ministério do Interior identificou os locais com grande concentração de entregadores em diversas regiões londrinas. Os agentes policiais fizeram as prisões nos locais monitorados. Dos 132 trabalhadores abordados, 60 foram detidos.
Trabalhar ilegalmente no Reino Unido é crime e pode levar à prisão, sendo a pena máxima de 51 semanas na Inglaterra e no País de Gales e 6 meses na Escócia e na Irlanda do Norte. Os empregadores que permitirem o trabalho ilegal também podem ser presos por até cinco anos e pagar multa ilimitada.
Essa operação faz parte da política de tolerância zero adotada pelo governo do Reino Unido contra a permanência de imigrantes ilegais no país. A lei “Stop the boats”, de 2023, visa impedir que imigrantes ilegais entrem no país e impor mais sanções para os imigrantes ilegais.
Além disso, a lei determina que quem entrar ilegalmente no Reino Unido será permanentemente impedido de retornar ou buscar a cidadania britânica no futuro.