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Brasileira na Itália alerta: “Votar ‘não’ é barrar o próprio brasileiro”

Líder comunitária em Milão, defende o voto “sim” no referendo e alerta: “A barreira atinge também os brasileiros”.

Elisângela, líder comunitária brasileira em Milão, defende o voto “sim” no referendo sobre cidadania italiana por residência | Foto: Instagram
Elisângela, líder comunitária brasileira em Milão, defende o voto “sim” no referendo sobre cidadania italiana por residência | Foto: Instagram

Às vésperas do referendo na Itália sobre a flexibilização das regras de cidadania por tempo de residência, líderes comunitários reforçam o apelo ao voto consciente. Entre elas está Elisangela Batista Da Silva, que vive há mais de 25 anos no país e lidera uma associação de apoio a imigrantes, a Bem (Brasileiros em Milão). Para ela, o voto “não” pode atingir diretamente a comunidade brasileira.

“Quando você diz ‘vou votar não’, não está apenas criando uma barreira contra africanos ou árabes, mas também contra o próprio brasileiro”, afirma.

A proposta do referendo prevê a redução de dez para cinco anos do tempo mínimo de residência legal, contínua e ininterrupta, exigido para solicitar a cidadania italiana. Apesar da mobilização da extrema-direita contra a medida, Elisângela lembra que muitos brasileiros escolhem a Itália para viver de forma estável.

“Temos brasileiros, americanos, canadenses e mexicanos que buscam a Itália para viver. São pessoas que querem criar raízes, não apenas passar”, complementa.


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Ela destaca que a legislação proposta mantém exigências rigorosas, como comprovação de renda mínima, conhecimento da língua italiana e ficha penal limpa. Ressalta ainda que o referendo também representa uma defesa dos direitos trabalhistas dos imigrantes.

“Esse referendo, principalmente os quatro primeiros quesitos, é uma defesa para os trabalhadores. Mesmo que hoje você esteja no Brasil, seu filho amanhã pode decidir vir e será um trabalhador. Eu gostaria que ele fosse tutelado como deve ser”, explica.

A líder comunitária compartilhou sua própria experiência com o sistema trabalhista italiano. Após sofrer um acidente durante o expediente, enfrenta atualmente uma batalha judicial para ter seus direitos reconhecidos. “Sofri um acidente trabalhando numa cooperativa da Amazon. Quebrei ombro, úmero, clavícula e três tendões. Estou tendo que recorrer à Justiça para ter meus direitos reconhecidos”, relata.

Para ela, o momento exige mais empatia e menos julgamento. Elisângela vê com preocupação o crescimento de discursos que dividem os imigrantes entre “merecedores” e “oportunistas”.

“A nossa guerra não deve ser contra o outro ser humano que está tentando sobreviver. Se sou descendente de alguém que fugiu da miséria, por que vou fechar a porta para quem está vindo hoje?”, conclui.

O referendo será realizado na Itália nos dias 8 e 9 de junho. Italianos no exterior votam por correspondência.

Caso aprovado, o referendo não implicará concessão automática da cidadania. Além dos cinco anos de residência legal, contínua e ininterrupta, o processo exigirá comprovação de renda mínima, certificado penal, conhecimento da língua italiana e passará por uma análise que pode durar mais de dois anos.

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