Movimentos conservadores no Brasil e no exterior sugerem que o ex-presidente Jair Bolsonaro busque refúgio em embaixadas estrangeiras, no Brasil.
As especulações ganharam força após declarações de aliados como Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, e Paulo Figueiredo, neto do ex-presidente João Figueiredo. Ambos reforçam a narrativa de que Bolsonaro estaria sendo vítima de perseguição política em um suposto movimento para consolidar o Brasil como uma “ditadura de esquerda”.
Nesta quinta-feira (28), Jair Bolsonaro também mencionou a possibilidade de buscar asilo. “Embaixada, pelo que vejo na história do mundo, quem se vê perseguido pode ir para lá. Se eu devesse alguma coisa, estaria nos Estados Unidos, não teria voltado”, afirmou em entrevista ao portal UOL.
Ele acrescentou: “Vivemos num mundo de arbitrariedades. Eu não posso ir dormir preocupado de que a PF vai estar na minha casa amanhã cedo. Já tive três operações de busca e apreensão. Absurdas, absurdas. Corro o risco, sem dever nada”.
Ameaças jurídicas e cenário político
A fala ocorre em um momento delicado para o ex-presidente, que foi indiciado na semana passada, junto a outras 36 pessoas, pela Polícia Federal (PF).
As acusações envolvem tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado de Direito e organização criminosa.
Bolsonaro, contudo, minimizou os episódios: “Que plano era esse? Dar um golpe com um general da reserva, três ou quatro oficiais e um agente da PF? Ali no prédio da Presidência trabalham mais ou menos 500 pessoas. Eu sei o que cada um está fazendo?”, destacou.
Bolsonaro também foi questionado sobre a suposta tentativa de assassinato contra o então presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do STF. “O que é esse plano Punhal Verde e Amarelo de que você fala? É de 2022. Não tenho a menor ideia do que seja isso. Começou a ser colocado em prática? Pelo que eu sei, não”, respondeu.
Para mim, é uma grande estória. A PF faz aquilo que o senhor ministro (Alexandre de Moraes) assim deseja. Basta você ter conhecimento dos áudios do Airton Viera (juiz instrutor de Moraes) para o Tagliaferro (Eduardo Tagliaferro, funcionário do TSE): “Tenha criatividade” (expressão usada por Airton para Tagliaferro ao pedir investigação contra uma revista). Aí o que fazem são suposições, completou Bolsonaro.
Opções de asilo
Entre as possíveis embaixadas que poderiam oferecer refúgio ao ex-presidente, destacam-se:
- Hungria: Liderada por Viktor Orbán, um aliado ultraconservador que já demonstrou apoio a líderes de direita em outros países.
- Argentina: Sob o comando de Javier Milei, recém-eleito, também há chances de que Bolsonaro receba suporte diplomático.
- Estados Unidos: Uma alternativa que depende do retorno de Donald Trump à presidência, a partir de 2025, dada a relação próxima entre os dois políticos.
- Itália: Sob a liderança de Giorgia Meloni, conservadora, a Itália mantém diálogo próximo com a direita brasileira. Nesse caso, Bolsonaro possui um diferencial: ele é, segundo a legislação vigente, um italiano. “Filhos de italianos, são italianos”.
Cidadania italiana como trunfo
Embora o ex-presidente não tenha confirmado oficialmente, especula-se que ele tenha iniciado o processo de reconhecimento da cidadania italiana em 2023. Enquanto os filhos confirmam, Bolsonaro evita o assunto.
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