Jornal chinês estima que o número de mortos foi pelo menos dez vezes maior que a estimativa oficial
Desde os primeiros dias da pandemia de coronavírus, a China foi acusada de esconder o real tamanho da tragédia. Agora, uma investigação do jornal chinês Caixi, especula que as mortes em Wuhan seriam muito mais do que as relatadas pelo governo de Pequim.
A notícia é destaque nos principais portais da Itália, neste final se semana.
Segundo a publicação do Il Tempo, a pista seguida pelos jornalistas chineses é a de um motorista de caminhão que informou que entregou 5 mil urnas no necrotério de Hankou, um dos sete presentes na populosa cidade chinesa.
Segundo as autoridades locais, as mortes em Wuhan foram “apenas” 2.535 dentre os 50.006 casos positivos.
O depoimento do motorista do caminhão levou os jornalistas a verificarem o número de urnas distribuídas aos necrotérios da cidade, que, segundo a investigação, totalizariam 40 mil unidades entregues em apenas 10 dias.
Com a manchete “Muitas urnas para cinzas: A mídia chinesa questiona o número de mortes em Wuhan: 10 vezes mais”, o Corriere della Sera relata que – segundo o jornal chinês – há rumores de que, durante a crise, trabalhadores de cremação de outras partes do país foram enviados para a cidade sitiada pelo vírus para manterem as fábricas operando 24 horas por dia.
Segundo o Corriere, o Caixi publicou que as oito agências começaram a entregar 3.500 urnas por dia para parentes, desde 23 de março, com o objetivo de terminar o trabalho em 3 de abril e permitir que os sobreviventes celebrem dignamente o Qingming, o tradicional festival chinês para reverenciar os mortos, que acontece no dia 4 de abril.
Algumas famílias disseram que precisaram esperar na fila por até cinco horas para recolherem as cinzas.
Então as autoridades relataram menos mortes do que as reais?, pergunta o Corriere. “Nós não sabemos. Alguns dizem que o jornal Caixi será punido por duvidar dos números oficiais; outros argumentam que as autoridades chinesas permitiram a publicação de fotos para preparar as pessoas para os números reais”, diz a publicação.
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