Cerca de 27.000 milionários estão deixando o Reino Unido. O movimento tem como destino países com regimes tributários mais vantajosos, como Itália, Emirados Árabes Unidos, Mônaco, Suíça e Estados Unidos. Os dados são da Henley & Partners, consultoria especializada em migração por investimento.
A consultoria estima que, entre 2024 e 2025, mais de 27.000 milionários abandonarão o país. Somente em 2025, o número projetado é de 16.500. A estimativa representa uma fuga de quase US$ 92 bilhões em ativos da economia britânica.
A cidade de Milão aparece entre os destinos preferidos. O principal atrativo é o regime de imposto fixo oferecido pela Itália. O valor anual, que era de € 100.000, foi elevado para € 200.000 em 2025 e deve subir para € 300.000 a partir de 2026, segundo a Lei Orçamentária.
Fim do regime dos “non-dom”
Segundo especialistas em gestão patrimonial, a principal causa do êxodo é o fim do regime fiscal para os chamados “non-dom” — pessoas que residem no Reino Unido, mas têm domicílio fiscal em outro país. A mudança entrou em vigor em abril de 2025.
Além disso, o governo trabalhista extinguiu isenções sobre herança e ganhos de capital. Também foi criada uma nova taxa sobre imóveis de luxo com valor superior a 2 milhões de libras. As medidas provocaram críticas dentro e fora do governo.
Reação política
Sadiq Khan, prefeito de Londres, defendeu que os ricos não devem ser transformados em “bodes expiatórios”. Ele pediu ao Tesouro que evite novas políticas que possam alienar os super-ricos ainda residentes na cidade.
Peter Kyle, secretário de Negócios do governo Starmer, reconheceu em novembro que “algumas das decisões” adotadas pelo Partido Trabalhista influenciaram na decisão de alguns milionários deixarem o país.
Destinos e nomes
Entre os nomes mais conhecidos que deixaram o Reino Unido está Alan Howard, cofundador da gestora de fundos hedge Brevan Howard Asset Management. Ele fixou residência na Suíça.
O empresário egípcio Nassef Sawiris, considerado o homem mais rico do Egito e acionista do clube inglês Aston Villa, também trocou o Reino Unido pela Itália.
Ian e Richard Livingstone, irmãos e investidores do setor imobiliário com negócios no varejo de luxo e hotéis, se mudaram para Mônaco.
Jeremy Coller, investidor especializado em private equity e fundador da Coller Capital, agora vive na Suíça.
Nik Storonsky, cofundador do banco digital Revolut, escolheu os Emirados Árabes Unidos como novo domicílio fiscal.
Lakshmi Mittal, magnata do setor siderúrgico e presidente executivo do grupo ArcelorMittal, também se transferiu para a Suíça, com planos de passar mais tempo em Dubai.
De acordo com o jornal The Times, mesmo veículos de orientação conservadora veem impacto negativo das mudanças fiscais. O governo, no entanto, nega haver um êxodo em massa.


























































