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Por que os italianos tiram férias tão longas no verão?

Agosto parado: entenda a cultura das longas férias italianas.

Praia movimentada em Puglia: durante o mês de agosto, cidades litorâneas italianas recebem milhares de veranistas em férias prolongadas | Foto: Depositphotos
Praia movimentada em Puglia: durante o mês de agosto, cidades litorâneas italianas recebem milhares de veranistas em férias prolongadas | Foto: Depositphotos

Na Itália, o mês de agosto significa ruas vazias, comércios fechados e cidades quase paralisadas. De bancos a restaurantes, muitos estabelecimentos suspendem suas atividades por duas a quatro semanas.

O costume, que pode surpreender estrangeiros, é resultado de uma combinação de fatores históricos, climáticos e sindicais que moldaram a cultura italiana ao longo dos séculos.

Tradição que vem do Império Romano

A prática das férias em agosto remonta ao governo do imperador romano Augusto. Ele instituiu um período de descanso após a colheita, chamado Feriae Augusti, para trabalhadores do campo e operários.

Com o tempo, a tradição sobreviveu à queda do Império Romano e foi adaptada pelo cristianismo, que incorporou celebrações religiosas, como a Assunção de Maria, comemorada em 15 de agosto (Ferragosto).

Durante o século XX, o regime fascista reforçou a cultura das férias coletivas. Benito Mussolini oficializou o mês como pausa obrigatória para operários e agricultores, fortalecendo a noção de descanso como direito do trabalhador.

Praia de Torre Faro, na Sicília: em agosto, milhões de italianos migram para o litoral | Foto: GIOVANNI ISOLINO / AFP
Praia de Torre Faro, na Sicília: em agosto, milhões de italianos migram para o litoral | Foto: GIOVANNI ISOLINO / AFP

Calor extremo e acordos trabalhistas

Além da herança cultural, o clima colabora. Agosto é o mês mais quente do ano na Itália, com temperaturas entre 35 °C e 40 °C em várias regiões. Isso torna inviável o trabalho ao ar livre e reforça a necessidade de pausas, especialmente em funções que exigem esforço físico.

Outro fator essencial são os sindicatos italianos, entre os mais fortes da Europa. Após a Segunda Guerra Mundial, esses órgãos conquistaram amplos direitos trabalhistas, incluindo férias prolongadas previstas em acordos coletivos. Em alguns setores públicos, os escritórios são legalmente autorizados a fechar por até três semanas consecutivas.

Em muitos casos, o trabalhador não pode nem optar por trabalhar nesse período, mesmo que queira. A pausa é coletiva e obrigatória.

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